Allison Redgrave LaField estava ajustando o limpa-fundos automático da sua piscina quando sofreu uma convulsão, caiu, partiu o quadril e bateu a cabeça com força. Quando percebeu, a ex-nadadora de competição estava no fundo da piscina, completamente desorientada e sem conseguir mexer-se. Devido a experiência, não entrou em pânico e começou a pensar em várias formas de sair de lá. Até que o seu cão gigante, Wallace, entrou em ação.
“Afundei e não conseguia respirar”, contou a professora de natação ao American Kennel Club. Enquanto pensava nas hipóteses que tinha, ouviu Wallace, saltando para dentro d’água. Quando olhou para cima, viu as patas gigantes e as bolhas de ar que o cachorro estava fazendo, como se estivesse mostrando o caminho.
“Agarrei o seu pelo enquanto ele nadava até à parte rasa comigo às costas”, recordou. “Tive uma experiência de quase morte e, se não fosse o Wallace, não teria sobrevivido”.
O incidente aconteceu quatro meses depois da ex-nadadora acolher o grandalhão. E a verdade é que Wallace não foi a sua primeira escolha. Allison sempre sonhou em ter um cão da raça, mas sabia que nunca iria comprar um. Até que, certo dia, descobriu que a associação onde fazia voluntariado, a Homeward Bound Dog Rescue, no Estado da Minnesota, nos EUA, iria receber uma ninhada desses animais.
Wallace, porém, não foi o primeiro escolhido para ir para casa com Allison. A tutora decidiu servir de família de acolhimento temporário (FAT) do seu irmão, que era o menor de todos e consequentemente, precisava de mais cuidados. Contudo, o pequeno não resistiu e a norte-americana voltou para buscar o cão que até hoje está ao seu lado.
No início, ainda não tinha a certeza sobre a sua adoção. Até porque vive no Texas e pensava que seria complicado criar um cão com uma pelagem densa num clima “árido e húmido”. Mas depois de ter a vida salva pelo cachorro, não conseguiu mais deixá-lo.
De segunda opção a herói
Ao longo dos anos, Wallace começou a ajudar outras pessoas como cão de terapia. E tornou-se tão conhecido que foi considerado o cão de terapia do ano de 2024 pelo American Kennel Club.
Desde o incidente que quase lhe tirou a vida, Allison percebeu que o companheiro de quatro patas tinha um dom: ajudar os outros. Desde bebê, é descrito pela tutora como o cão mais tranquilo de sempre e até a fama de ser uma “alma antiga.”
“Quando estou prestes a ter uma convulsão, ele chega à minha cara e bufa, depois levanta-se e baixa a sua grande pata como se me estivesse a cumprimentar”, explica. “Quando caio, ele fica parado como uma estátua e deixa-me apoiar-me nele, para que me possa levantar do chão.”
A tutora decidiu procurar treinos específicos para aproveitar os “super poderes” do companheiro e Wallace acabou por completar vários tipos, incluindo exercícios de busca e resgate; e de terapia. O primeiro trabalho que fez ao lado da tutora, foi na Brooke Army Medical Center (BAMC), a principal instituição médica para membros do exército norte-americano.
Nesta altura, a dupla trabalhava turnos de quatro a seis horas, com intervalos de 30 minutos, a confortar pacientes do setor de saúde mental. “Wallace adorava especialmente os homens fardados, mas oferecia consolo a todos”, compartilhou. “Algumas raparigas até se ofereciam para lhe entrançar o pelo”, recordou.
Atualmente, o gigante tem quatro anos e continua a fazer o trabalho de terapia, mas desta vez em várias instituições — muitas delas relacionadas ao exército. À revista “People”, a tutora afirmou: “Ele continuará a fazer este trabalho durante o tempo que quiser, desde que esteja feliz, animado e a gostar do que faz e das pessoas que visita.”
Fonte: Pets in Town