Por Natalia Cesana (da Redação)
Um oficial do Departamento de Controle Animal de Smithfield, em Utah (EUA), demitiu-se depois que um cachorro resgatado pelo serviço ficou preso em um canil a céu aberto e esquecido ali por quase quatro dias, conforme informou o site ksl.com.
Lola, uma labrador de 4 anos, fugiu da casa de sua tutora no dia 23 de junho. Dias depois, um oficial de controle animal avistou a cachorra, que não tinha coleira nem microchip, em Smithfield. Ao meio-dia, ele a levou para as instalações de acolhimento temporário, que fica numa parte isolada do lado oeste da cidade.
“Ele deu comida e água”, disse o policial Travis Allen. A intenção do oficial era levar a cachorra para um abrigo depois que terminasse o turno de trabalho, às 17h. “Aparentemente ele esqueceu o cachorro lá”, conclui Allen.
Quando o oficial voltou ao trabalho, na segunda de manhã, Lola estava morta. Ela foi deixada presa em um cercado externo, sem sombra, comida ou água. “Ele está muito abalado com tudo isso. Além de se demitir, escreveu uma carta de desculpas para a Sociedade Humanitária e à tutora da cadela”, completou Allen.
Apesar da morte de Lola, a tutora, Paula Purser, disse que ninguém entrou em contato com ela. Ela só ficou sabendo que a cadela havia sido achada por um telefonema anônimo. “Se eu não tivesse recebido essa ligação eu estaria ainda procurando”, disse.
Purser explicou que depois que percebeu que a cachorrinha estava desaparecida, dirigiu por toda a cidade procurando por ela, anunciou em jornais e emissoras de televisão locais e avisou à polícia de Smithfield. Mas ninguém a avisou que Lola havia sido achada. “Nenhum protocolo foi seguido, ninguém sabia que ela estava naquele canil”, disse Purser.
Depois de receber a ligação anônima, a tutora foi até a polícia de Smithfield e, quando chegou, foi avisada do falecimento. “O policial tomou inteiramente a responsabilidade pelo caso e disse que mudanças serão feitas na corporação”, disse Purser. Lola morreu de desidratação.
Mas o que chateou a tutora é que ninguém a procurou, mesmo depois que a cachorra morreu. “Seria muito fácil descobrir a quem ela pertencia. Ela estava em boas condições e obviamente não estava abandonada”, disse a tutora.
O corpo de Lola foi levado para um aterro. “Eu fui até lá para tentar encontrá-la e eu não pude pegá-la. Isso me fez muito mal também. Não pude enterrá-la!”.
Em um e-mail à emissora KSL, a tutora de Lola disse que sua cachorra teve uma morte sofrida e cortante, e que ela morreu sozinha, assustada e confusa”. “Ninguém pode substituir nossa menina. Esta perda inconcebível poderia ter sido evitada com uma simples comunicação”, ela escreveu.
O caso está sendo investigado internamente, disse Allen. As conclusões serão apresentadas ao Ministério Público, que pode ampliar a acusação. O oficial que esqueceu Lola estava no cargo há cinco meses. E segundo o policial Allen, o Departamento de Controle Animal usará o caso como experiência de aprendizagem para mudar a política de conformidade.