Branco, o cão que passou quase quatro anos a visitar o túmulo do falecido tutor, Ademar Seidel, voltou a emocionar meio mundo. O cachorro, que morreu há poucos meses, com 16 anos, ganhou agora uma estátua que foi colocada junto à lápide de Ademar em um cemitério em Sampainho, no estado do Rio Grande do Sul.
A notícia foi avançada pelo jornal “Vale Agrícola”, responsável por compartilhar a história do cão pela primeira vez no ano passado. A ideia foi pensada pela jornalista Aline Leonhardt, que entrou em contato com o artesão Rogério Bertoldo. O artista aceitou o desafio proposto pelo canal digital e criou uma estátua de Branquinho que ficou pronta este mês.
“O animal é puro. Ele não mente, não disfarça. Isso é um ato de amor”, partilhou Rogério. Aline foi entregar o produto final a Lígia Schossler, a filha de Ademar que também não conteve as lágrimas. “Ficou parecido?”, perguntou a jornalista. “Ficou sim”, disse Lígia. “É o nosso Branco.”
A comunicadora explicou que enviou ao artista as medidas exatas de Branco — até mesmo o tamanho do seu focinho — para que a homenagem fizeste jus ao cão. Outra característica incorporada pelo artesão foi os olhos fechados de Branco, filmado várias vezes nessa posição sempre que visitava o falecido tutor.
Quase todos os dias visitava Ademar
Leila Immich foi a primeira a ver Branco a passar pela sua casa, que fica a caminho do cemitério. Houve um dia em que a vizinha decidiu segui-lo. “Ele desceu, fez a volta, parou em frente ao túmulo e olhou para a fotografia”, recordou a vizinha numa entrevista passada.
O cachorro foi criado pela família Schossler desde filhote e desde então, criou um vínculo especial com Ademar, que era agricultor. A “dupla inseparável” compartilhou todos os bons e maus momentos no pouco tempo que teve junta. Quando disse adeus ao tutor, não foi fácil.
Na altura, a família vendeu um trator agrícola que pertencia a Ademar e quando o cão viu o automóvel partir, resolveu correr atrás dela, segundo contou ao g1 a vizinha da família, Anelise Bitdinger, responsável por comprar o veículo. Desde o dia do funeral de Ademar, Branquinho começou a rotina que emocionou os moradores.
Assim que descobriu as visitas do cachorro ao túmulo do pai, Ligia, não conseguiu conter as lágrimas. “Não sabemos nem explicar direito o carinho que o meu pai teve com ele. Ele conseguiu passar-lhe o afeto que ele precisou e nós entendemos porque também sentíamos isso pelo nosso pai. Era uma pessoa muito especial”, referiu.
Desde a partida da sua alma gêmea, tinha “adotado” um novo companheiro: Fabiano, o genro de Ademar e também agricultor. Por vezes, a dupla ia junta até o cemitério e dividia momentos cheios de aventuras. O cachorro acompanhava Fabiano em alguns trabalhos e era visto, muitas vezes, a correr ao lado do seu trator.
Em 2023, Branquinho foi pai e a família ficou com um filhote que é igual ao pai. No início do ano, Lígia compartilhou que o cão estava a ficar cego. Meses depois, acabou por morrer. Agora, Branquinho reuniu-se finalmente com o seu melhor amigo.
Fonte: Pets in Town