Taka passou por momentos de agonia e dor extrema, depois de ser vitima de um incêndio que destruiu a casa onde vivia, e que o deixou com marcas visíveis permanentemente. Depois de uma recuperação difícil, o Shiba-Inu encontrou uma nova casa com a veterinária que o reabilitou, e tornou-se um cão de terapia para um centro de vítimas de queimaduras graves.
O cachorro vivia com a família no estado da Georgia, Estados Unidos da América, quando tudo mudou. A 23 de outubro de 2018, deflagrou um incêndio que o deixou preso dentro de propriedade, enquanto a família conseguiu escapar, avança o American Kennel Club. O fogo causou o colapso do alpendre, e a consequente queda de Taka, que conseguiu depois correr para casa de vizinhos, mas quando os alcançou, o cão de nove anos estava ainda em chamas.
Uma das vizinhas contatou Crystal Lesley, uma veterinária do Care More Animal Hospital, através do Facebook. “Quando vi a fotografia liguei-lhe imediatamente e disse que ela tinha de o trazer até mim”, conta. “Ela conseguiu ajuda e trouxeram-no. Ele ainda estava a fumegar quando o encontraram. Nunca me tinha deparado com uma vítima de queimaduras tão severas como Taka e tínhamos receio de que ele não sobrevivesse”, acrescenta.
Qualquer toque fazia Taka chorar de dor, pelo que foi necessário sedar o cão para concretizar os tratamentos. O seu caso foi compartilhado através das redes sociais da clínica veterinária, com o propósito de angariar fundos para cuidar do patudo, que apesar dos esforços não parecia melhorar. Dois dias depois do internamento, a dor que o Shiba Inu sentia piorou, sem que os veterinários encontrassem uma solução para o estabilizar.
Durante o momento de crise, a cuidadora levou o cão aos especialistas do centro de emergência da Carolina do Sul, onde o cachorro passou um mês e meio. Aos finais de semana era visitado pela veterinária, que conta ter-se deitado no chão com o cão e chorado enquanto esperava que fosse visto. Quando Taka teve alta, a nova tutora encarregou-se de tratar dele, com “semanas de mudar pensos diariamente e de cuidar das feridas”.
Crystal ocupou definitivamente o papel de cuidadora do cão quando os seus antigos tutores tomaram a a decisão de não o receberem de volta devido à gravidade das feridas, temendo serem incapazes de o tratar devidamente. “Eu o levava para casa todos os dias, por isso eventualmente percebi que não podia me separar dele”, explica a atual tutora.
O caso de Taka ganhou reconhecimento, e vários meses depois do ocorrido a veterinária recebeu uma proposta inesperada. “Uma enfermeira do centro de queimados sugeriu que Taka visitasse as crianças com queimaduras, na esperança de lhes dar algo com que pudessem identificar-se”, conta. Este pareceu o papel ideal para o cão, que “adora crianças e pessoas”. “Pensei nisso e decidi que ele era muito especial para não o compartilhar com o mundo”, avança a cuidadora.
Taka cumpriu o curso de cão de apoio emocional, que completou com distinção, e as visitas ao centro se tornaram parte da sua rotina. “Pensar no caminho que ele percorreu e onde está agora é muito emotivo. A quantidade de amor e respeito que tenho por ele é profunda”, afirma a tutora.
Fonte: Pets in Town