O proprietário do canil de american bully, Pedro Gabriel Américo, responsável pela venda do cachorro que morreu durante o trajeto de táxi dog entre Minas Gerais e Mato Grosso, explicou que o profissional contratado para a viagem demorou muito mais tempo do que o combinado para levar o animal e ainda abandonou o corpo do cachorro na estrada. O caso ocorreu nessa quarta-feira (1°) e o cão, de 5 anos, faleceu quando estava próximo da cidade de Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá.
Segundo o boletim de ocorrência, um homem de Cláudia, a 587 km da capital mato-grossense, comprou o cachorro por R$ 3 mil de um vendedor de Pará de Minas (MG).
Para realizar o transporte do cachorro, ele contratou Rafael Aplinário Fernandes, de 32 anos, que trabalha com frete de animais. Ele recebeu R$ 1,8 mil pelo serviço.
Ao G1, Rafael afirmou que recebeu o cachorro no dia 29 de novembro, já bastante debilitado, com várias marcas de feridas pelo corpo e sem nenhum atestado de saúde. Ele relatou que o vendedor não forneceu nenhum alimento para o animal comer durante o trajeto. “O cachorro estava com feridas antigas pelo corpo e não parecia estar bem. Falei o tempo todo ao comprador de Cláudia que o animal poderia não aguentar a viagem”, disse Fernandes.
Já o vendedor Pedro, declara que Rafael buscou o animal em um veículo na sua residência. Ele diz que o serviço de transporte foi contratado com a condição de que Rafael fosse buscar o animal em Pará de Minas (MG) entregasse em Cláudia (MT). “Cada prestador de serviço tem um método de trabalho. Alguns pedem para mandar ração, pedigree, atestado de saúde do animal, já o Rafael não solicitou nenhum desses quesitos para seguir viagem, apenas o valor do serviço contratado, que foi de R$ 1.800”, afirma.
O cão foi entregue no dia 29 de novembro e seguiu viagem com previsão de chegada no mesmo dia. Mais de 24 horas depois e o combinado não foi cumprido, relata o empresário. “Ele começou a criar desculpas, falando que o carro estava bloqueado pela empresa de aluguel e que o animal não estava em boas condições físicas para seguir viagem, com machucados pelo corpo, sendo que o combinado era pra ele já ter entregue o animal no destino”, conta.
Em um vídeo gravado por Rafael e enviado a Pedro, o animal aparece na carroceria. Ele estava sendo transportado no local há um tempo, quando o motorista parou para dar água e se deparou com o cão morto, diz o relato.
Rafael falou ao G1 que o veículo em que estava apresentou problemas mecânicos, provocando um atraso na viagem. Ele também disse que entrou em contato com o comprador avisando que o animal não tinha possibilidade de seguir o deslocamento e que era preciso levá-lo a um veterinário. Porém, de acordo com Rafael, o tutor não autorizou que o american bully tivesse atendimento médico e insistiu para que ele seguisse o percurso.
O dono do canil garante que foi realizada uma avaliação veterinária e que o laudo atestou que o cachorro estava em boas condições de saúde para realizar’ longas viagens. “Já tinha se passado quase um dia a mais que o animal estava em uma caixa de transporte, sem comida e em más condições de viagem. O animal estava desgastado. No dia 1°, fiz o primeiro contato com Rafael para questionar a sua demora, pois já havia três dias que o animal estava dentro de uma caixa de transporte e ele queria deixar o animal em outro local que não tinha sido o combinado. Ele foi me retornar as 13h45, com um vídeo do seu carro parado e o animal no chão”, disse.
Para o empresário, há muitas controvérsias no caso, pois ele recebeu informações de que quem teria feito o transporte do animal era outra pessoa. “Nosso cachorro morreu no meio do caminho e ele descartou o animal no meio da estrada, o Waldecir [o comprador] nem teve a oportunidade de levar o animal no veterinário para ver a causa da morte”, finaliza.
Nota da Redação: a ANDA é contra qualquer tipo de comercialização da vida animal. Cada ser é inestimável e, portanto, não pode ter valor financeiro. A objetificação dos animais incita os maus-tratos e os submete a uma vida acessória e por vezes até descartável, como um mero produto. Além dos motivos citados, o comércio de animais alimenta uma cruel indústria de fêmeas que nascem para viver precariamente como matrizes de sucessivas ninhadas. A adoção responsável é sempre a melhor escolha, para os animais e para o meio-ambiente.