Um cachorro deu uma verdadeira prova de amor e lealdade ao perseguir o veículo de seu tutor logo após ser abandonado na rua.
A cena comovente aconteceu no município de Barra Velha, em Santa Catarina, e foi registrada por câmeras de segurança. Divulgadas na internet, as imagens geraram revolta entre os internautas.
Registrado no último domingo (4), o vídeo mostra o momento em que o motorista expulsa o cachorro do veículo e o deixa em uma rua do bairro Quinta dos Açores. Em seguida, o antigo tutor do animal sai com o veículo ainda com a porta aberta e vai embora.
Desesperado, o cachorro se nega a ficar longe do tutor e começa a perseguir o veículo. Mas logo desiste ao perceber que não conseguiria alcançá-lo.
Um morador do bairro que flagrou o registro do abandono ao verificar as imagens da câmera de sua casa decidiu intervir e resgatar o cachorro. Depois de ser acolhido pelo homem, o cachorro foi disponibilizado para adoção e já encontrou um novo lar.
O caso foi denunciado às autoridades e um boletim de ocorrência foi registrado em uma delegacia de Polícia Civil. A placa do carro já foi identificada pelos investigadores, que agora se esforçam para identificar o motorista e localizá-lo.
Lei Sansão
Sancionada no final de 2020, uma nova lei de proteção animal aumentou a pena para crimes cometidos contra cachorros e gatos no Brasil. Antes, esses crimes eram punidos com, no máximo, um ano de detenção, pena que era convertida em alternativas como a prestação de serviços à comunidade.
A legislação recebeu o nome de “Lei Sansão” em homenagem ao pit bull Sansão, que foi brutalmente torturado em Minas Gerais, tendo as duas patas traseiras decepadas. Paraplégico, ele não apenas se recuperou e provou o quão forte é capaz de ser, como serviu de incentivo para a aprovação da lei.
Com o aumento da pena, os criminosos que submeterem cachorros e gatos a maus-tratos poderão ser presos por um período de dois a cinco anos. Eles também poderão ser punidos com multa e com a proibição de tutelar outros animais.
A medida, no entanto, não protege os animais de outras espécies, excluindo do amparo jurídico a fauna silvestre e os animais que são explorados pela sociedade, como galos, porcos, bois e galinhas. Frequentemente explorados para reprodução e venda, esses animais são alvo de uma série de maus-tratos e, no caso daqueles que são alvo da agropecuária, a matança é autorizada, o que impede que eles tenham o direito à vida e à integridade física respeitado. Caso a lei entenda que foram maltratados, o crime contra essas espécies é punido com até um ano de detenção, além de multa. No entanto, a pena pode ser substituída por uma alternativa como a prestação de serviços à comunidade. Essa substituição ocorre porque esses crimes são considerados de menor potencial ofensivo pelo ordenamento jurídico.