A morte de um cachorro que ficou hospedado no hotel da Pet Shop Cia de Filhote, em São Paulo, virou um processo judicial. A personal organizer Francesca del Carlo, de 30 anos, contou ao O Globo que no dia 8 de fevereiro deixou seus dois cachorros Ônix, de 13 anos, e Apollo, de 7, no estabelecimento para passarem uma semana, tempo de uma viagem à Bahia que ela havia planejado fazer com o marido.
Porém, após cinco dias ela recebeu um telefonema por volta das 13h30, relatando que teria ocorrido uma “fatalidade”. Nesta primeira versão, funcionários contaram que Ônix teria entrado no meio de uma briga entre três cachorros grandes e recebido uma mordida, o que causou sua morte.
Francesca ficou intrigada com o horário da ligação, já que foi informada que o incidente teria ocorrido às 7h30, no período da manhã.
“Meus cachorros já tinham ficado lá várias vezes, era um lugar de confiança. Me contaram que na hora só tinha o caseiro no local. Onde estavam os responsáveis pelos animais? A veterinária só foi acionada às 9h30, uma série de negligências. Quando questionei o dono pela demora a nos avisar, ele disse que estava muito abalado, mas quando meu cunhado chegou na pet, estava tudo limpo e os cachorros de banho tomado”, contou.
Na visita presencial, de acordo com Francesca, uma segunda versão foi contada para seu cunhado. Desta vez, responsáveis pela pet shop afirmaram que não se tratava de uma briga entre os cachorros, mas dele ter sido atacado por outros cães. A necropsia está prevista para próxima segunda-feira (13/03), mas no pré-laudo consta que Ônix levou ao menos vinte mordidas.
O casal tentou prestar queixa na delegacia, mas foram informados que não era possível por se tratar de ‘cachorro matando cachorro’.
Francesca Del Carlo abriu um processo contra a pet shop e nesta semana uma liminar da 2ª Vara Cível do Foro Regional do Butantã, bairro da zona oeste da capital paulista, determinou que o local liberasse as filmagens registradas pelas câmeras de segurança. O prazo para entrega termina hoje (11/03)
“Não vai trazer o Ônix de volta, mas vai impedir novos erros. Ficamos sabendo de ao menos outro caso de morte no estabelecimento, além de outras denúncias de maus tratos”, lamentou a personal organizer, que pede por justiça.
Ela diz já ter passado por várias etapas de luto, mas que agora sente raiva.
“Meu marido ainda está bastante emotivo, mas eu quero que eles paguem”.