EnglishEspañolPortuguês

CRUELDADE

Cachorro explorado pela polícia morre ao ingerir salsichas recheadas com pregos

Acredita-se que o crime pode ter sido uma retaliação de redes envolvidas em rinhas de cães, já que o cão participou operações que desmantelaram esses grupos.

9 de julho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Arcangelo Caressa/Facebook

Bruno, um cão farejador de sete anos, explorado em operações policiais, foi morto após ingerir salsichas recheadas com pregos, deixadas deliberadamente em sua casinha no centro de treinamento da polícia em Taranto, na Itália.

Seu treinador, Arcangelo Caressa, encontrou Bruno já agonizando na sexta-feira (04/07). “Hoje morri contigo. Lutou toda a sua vida para ajudar humanos, e foram humanos que te fizeram isto. É, foi, e continuará a ser o meu herói”, escreveu o Caressa em postagem no Facebook.

A deputada e ativista pelos direitos animais Michela Vittoria Brambilla sugeriu que o crime pode ter sido uma retaliação de redes envolvidas em rinhas de cães, já que Bruno havia auxiliado em operações que desmantelaram esses grupos. Caressa também relatou ter recebido ameaças de morte semanas antes do ocorrido.

“Não foi uma ação aleatória. Eles querem que eu me afaste, mas não vou fazê-lo. Isto é um ataque vil, feito por dinheiro e vingança”, declarou o treinador ao Corriere della Sera.

A polícia italiana já abriu investigação. Na Itália, matar um animal é crime punível com até quatro anos de prisão e multa de 60 mil euros. “O culpado deve ser encontrado e punido de acordo com a lei. Devemos isso a este nobre animal”, exigiu Brambilla.

Exploração de cães pela polícia

Enquanto lamentamos a perda de Bruno, não podemos deixar de questionar a exploração de cães por parte da polícia, principalmente servindo em funções perigosas.

Bruno foi uma vítima duas vezes: primeiro, da maldade humana, e segundo, de um sistema que trata animais como instrumentos descartáveis para a segurança pública. Cães não escolhem ser soldados ou policiais. Eles são treinados sob métodos coercitivos para servir a interesses humanos.

A morte de Bruno expõe não só a brutalidade de quem o matou, mas também a contradição de celebrar animais como heróis enquanto os submetemos a riscos, como retaliações, e treinamentos invasivos.

Se por um lado seu final triste comove, por outro levanta uma questão incômoda: até que ponto é justo sacrificar a liberdade e o bem-estar de animais em nome da segurança humana?

    Você viu?

    Ir para o topo