A rotina do Colégio Lyon Campinas e da Escola Brasinha, em Campinas (SP) mudou quando um cachorro caramelo apareceu na calçada e decidiu que aquele seria seu novo lar. Sem matrícula e sem aviso, o animal simplesmente se deitou diante do portão e permaneceu ali.
Enquanto outros cães seguem seu caminho, ele ficou. Dia após dia, por uma semana inteira, o vira-lata montou guarda na porta da escola, como se esperasse alguém que nunca chegava. Funcionários e alunos logo perceberam que não era agressivo; pelo contrário, sua doçura chamava atenção.
Com pena do novo visitante, a comunidade escolar começou a oferecer água e comida. A mobilização cresceu até que um funcionário, Henrique, o levou ao veterinário para exames completos. O diagnóstico: saudável, sem doenças graves apenas precisando de cuidados básicos e castração.
A busca por um tutor
A escola ainda tentou seguir o protocolo: colocou uma plaquinha “ME ADOTE” no portão e procurou um responsável. Ninguém apareceu. Nem tutores, nem interessados. A ausência de respostas deixou claro o que o cão já tinha decidido: aquela escola era sua casa.
A direção oficializou a adoção em um anúncio no pátio. O caramelo ganhou lenço azul com o logo da escola e foi apresentado como o novo mascote. A reação dos alunos foi imediata gritos, aplausos e um mar de crianças querendo abraçá-lo.
Hoje, o Caramelo vive cercado de carinho. Durante os intervalos, recebe afagos, brinca com os alunos e até ganha pedacinhos de pão de alguns. Apesar do porte, ele tem apenas um ano e ainda age como filhote carente, dócil e apaixonado por colo.
Lições fora da sala de aula
Ao acolher o vira-lata, a escola transformou um abandono em aprendizado. Os alunos vivenciam diariamente valores como empatia, responsabilidade e respeito — lições que não aparecem nas apostilas, mas que agora caminham pelo pátio usando uma bandana azul.
Fonte: Diário do Litoral