Um cachorro foi brutalmente assassinado por um homem que se autointitula como nazista e apoiador de Bolsonaro. Dias depois de o Presidente da República solicitar a divulgação dos nomes dos servidores da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) que autorizaram a aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, o apoiador gravou um vídeo matando o animal e ameaçando os funcionários da Agência.
Nas imagens, é possível ver o neonazista enforcando o cãozinho que chora por clemência, em seguida ele ameaça diretores e técnicos do órgão sanitário. “Olha o que vai acontecer com vocês”, diz.
O uso do animal para perturbar as autoridades de vigilância do país demonstra a crueldade e descaso do nazista com o cãozinho inocente, que não tem nada a ver com a desdobrar das vacinações contra o coronavírus.
🇧🇷 Em um dos e-mails com ameaças a diretores da Anvisa, uma pessoa informou seu nome, CPF, e anexou um vídeo executando seu próprio cachorro.
“Irei me deslocar da minha casa no RS até Brasília e irei purificar a terra onde a Anvisa está instalada”, disse. pic.twitter.com/eobG9CXyKk
— Eixo Político (@eixopolitico) December 29, 2021
O registro chegou até a jornalista Natuza Nery por e-mail e foi apresentado no canal Globo News ontem (29). Durante uma transmissão ao vivo, a jornalista lê o documento: “Os senhores vão pagar caro. Irei me deslocar da minha casa no Rio Grande do Sul até Brasília e irei purificar a terra onde a Anvisa está instalada, usando combustível abençoado. O Apocalipse se aproxima”. O infrator termina com uma saudação nazista e um “Bolsonaro 2022”
A demonstração de ignorância vem logo após uma transmissão de Bolsonaro nas redes sociais, na qual ele requer a divulgação da identidade dos servidores da Anvisa que autorizaram as vacinas nas crianças de 5 a 11 anos, incitando o ódio entre seus apoiadores.
Em resposta à declaração do presidente de que divulgaria o nome de seus servidores, a Anvisa publicou uma nota em que diz estar “isenta de pressões internas e que não tolera pressões externas”.
Na segunda-feira, 27, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, enviou à Procuradoria-Geral da República um pedido para que o presidente seja investigado por suposta intimidação de servidores da Anvisa.
O crime de maus-tratos contra animais domésticos é penalizado com detenção de dois a cinco anos, além do pagamento de multa administrativa que pode chegar a até R$40.000, quando a crueldade resulta na morte do animal.