Um cachorro foi abandonado para morrer em Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul, após ser arrastado pela rua e atropelado. O autor do crime, de 25 anos, foi preso em flagrante na tarde de terça-feira (12). O animal não resistiu aos ferimentos.
O boletim de ocorrência registrado na delegacia de Polícia Civil revela que, segundo uma testemunha, o cachorro foi arrastado por um homem, que o manteve preso a uma corrente, por cerca de 200 metros. Com a língua para fora, o animal aparentava ter dificuldades para respirar.
Após presenciar o crime, a testemunha teria perdido o homem de vista, mas 15 minutos depois teria o reencontrado ao passar novamente pela mesma região. Neste momento, o homem foi flagrado segurando o cachorro pela cabeça e soltando-o na rua, possibilitando que ele fosse atropelado.
De acordo com outra testemunha, o agressor do animal não prestou socorro ao perceber que ele havia sido atropelado. Logo depois, pessoas que estavam no local aproximaram-se do cão, que estava ensanguentado, e perceberam que ele havia morrido em decorrência do atropelamento.
Indignados, moradores do Jardim Clímax, onde os fatos ocorreram, acionaram a Polícia Civil, que fez rondas pela região e identificou o autor do crime.
Levado à delegacia, o homem prestou depoimento e afirmou que arrastou o animal pela rua porque ele não aceitava ser conduzido pela corrente. Ele disse ainda que, após o atropelamento, percebeu que o cachorro estava morto e, por isso, deixou o local para buscar uma sacola para colocar o corpo.
Autuado pelo crime de maus-tratos, o homem poderá ser punido, caso condenado em julgamento, com até cinco anos de prisão.
Lei Sansão
Sancionada no final de 2020, uma nova lei de proteção animal aumentou a pena para crimes cometidos contra cachorros e gatos no Brasil. Antes, esses crimes eram punidos com, no máximo, um ano de detenção, pena que era convertida em alternativas como a prestação de serviços à comunidade.
A legislação recebeu o nome de “Lei Sansão” em homenagem ao pit bull Sansão, que foi brutalmente torturado em Minas Gerais, tendo as duas patas traseiras decepadas. Paraplégico, ele não apenas se recuperou e provou o quão forte é capaz de ser, como serviu de incentivo para a aprovação da lei.
Com o aumento da pena, os criminosos que submeterem cachorros e gatos a maus-tratos poderão ser presos por um período de dois a cinco anos. Eles também poderão ser punidos com multa e com a proibição de tutelar outros animais.
A medida, no entanto, não protege os animais de outras espécies, excluindo a fauna silvestre e animais que são explorados pela sociedade, como galos, porcos, bois e galinhas.