Durante os dias mais quentes de agosto, um cão de pelagem clara foi visto vagando perdido pelas ruas, vítima do abandono e do calor intenso. Batizado de Pepe pelos voluntários que o resgataram, o cachorro de sete anos apresentava um estado crítico de desidratação, desnutrição e exaustão, com marcas de queimaduras nas patas que sugeriam uma longa e dolorosa caminhada.
Tudo começou no dia 18 de agosto, quando uma mulher avistou o cão em situação perto da APA (Associação de Proteção Animal) de Torres Novas, em Portugal. “Ela ligou para nós e não ficamos indiferentes”, conta Ana Rita, voluntária que acompanhou o caso. Ela conseguiu fazer com que o cachorro, já muito fragilizado, entrasse em seu carro e o levou para encontrar a equipe de resgate, que imediatamente o encaminhou para um veterinário.
Quando o diagnóstico revelou desidratação grave, Pepe foi internado e colocado sob soro. “Assim que foi para a caixa (de transporte), adormeceu. E mesmo quando o transportámos para o abrigo não acordou. Só acordou no dia seguinte. Esteve adormecido mais de 12 horas. Assim que se sentiu em segurança, conseguiu descansar”, relata a voluntária.
Ao despertar, Pepe fez sua primeira refeição segura e iniciou o processo de socialização com os outros animais do abrigo, que, segundo Ana Rita, “está correndo bem”.
Sem microchip e com a dentição comprometida, Pepe chegou visivelmente exausto e desnutrido, com os ossos aparentes sob a pele e a pelagem suja e sem brilho. “Tem sete anos e já passou por muito. Suspeitamos que seja um caso de abandono. O estado em que tinha as patas significa que andou muitos quilômetros”, lamenta a voluntária.
Após os cuidados, sua melhora é notável. “Já está a ganhar peso e o pelo dele já tem brilho. Não tem nada a ver com o estado em que chegou”, comemora Ana Rita. Descrito como “simpático”, Pepe se dá bem com humanos e outros animais e está pronto para ser adotado.