Um cachorro foi abandonado após ter sido submetido a uma cirurgia imprudente em Vila Velha, no Espírito Santo. Recém-operado, o animal estava com arame no osso de uma das patas e com a outra machucada.
Taiza Lemos Decarli, responsável por resgatar o animal, conta que ele foi jogado de um carro em frente a um bar em Ilha da Conceição. A irmã da proprietária do estabelecimento tentou ajudar o cão, mas depois decidiu divulgar o caso dele na internet.
“Ela colocou nas redes sociais que não poderia ficar mais com ele. Ele chorava muito, não comia, não bebia e rastejava. Foi aí que resolvi buscá-lo”, diz Taiza. “Agora ele está internado tratando a infecção”, completa.
A infecção, de acordo com a jovem, foi causada por uma cirurgia mal feita que, inclusive, fez com que o cão não conseguisse mais andar. “Ele está com uma fratura que algum profissional, mal orientado, enrolou fios de arame na região que deveria levar um pino ou uma chapa. Nós procuramos na região, mas ninguém sabe quem pode ter operado”, afirma.
Valentim, como passou a ser chamado, foi levado a uma clínica veterinária, onde foi descoberto que os fios metálicos colocados no osso de uma das patas dele embolaram na carne e inflamaram os tendões e músculos, impedindo que o osso colasse e a lesão fosse curada. Por essa razão, ele tem que ser submetido a uma nova operação para reparar o erro cometido na cirurgia, na tentativa de recuperar a pata.
Por não conseguir arcar sozinha com os gastos do tratamento do cachorro, Taiza fez uma “vaquinha” online em um site de financiamento coletivo. Em dois dias, as doações já superaram o valor inicial proposto. As informações são do portal Folha Vitória.
“Precisamos operar o mais rápido possível. Se algum veterinário nos oferecer a cirurgia, vamos doar o dinheiro arrecadado para outros animais que precisam. E se sobrar alguma quantia ou medicação, também vamos doar”, explica.
Na descrição da vaquinha, Taiza conta que os antigos tutores de Valentim, em um ato de extrema crueldade, não só o abandonaram como pagaram R$ 10 para uma pessoa matar o animal.
A jovem conta que sempre ajudou animais em situação de abandono e de maus-tratos, mas que o resgate de Valentim foi o primeiro que ela fez. “Sempre ajudei, mas fazendo doações mensais a quem precisava. Mas essa foi a primeira vez que resgatei. Fui sem pensar no gasto”, finaliza.