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Cachorrinho Luidi e seu amigo de pelúcia Fred aguardam por adoção em Minas Gerais

13 de março de 2016
6 min. de leitura
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Crispim Zuim – Projeto O Lobo Alfa
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O cachorrinho das imagens se chama Luidi, ele nasceu sem um lar, sem proteção e aos poucos dias de vida, já conhecia o sofrimento que é viver abandonado e em situação de rua.

Luidi perdeu seus irmãozinhos e não sabe o que aconteceu com sua mãe. Mas sua vida mudou após ser encontrado e resgatado. Agora recuperado, o cachorrinho está à procura de um lar e ele mesmo contará a sua história.

“Para contar minha história, preciso falar da minha mãe. Afinal, há pouco mais de dois meses, eu ainda me desenvolvia em seu ventre. Minha mãe foi abandonada, e depois ignorada por muita gente que passou por ela. Entrou no cio e foi fecundada pelo meu pai, que também foi abandonado e ignorado, mas que só entrou nessa história por força de circunstâncias.

Ninguém notou que eu e meus irmãos crescíamos dentro daquela cadela magra e faminta. Ninguém sequer pensou que talvez precisássemos de ajuda. Nascemos enfim, em algum lugar sujo, escondido, precário. Por milagre, cheguei vivo até aqui. Meus irmãos ficaram pelo caminho.

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Minha mãe, também não teve forças. Não sei bem o que aconteceu com ela. Há muitos dias deixou de nos alimentar.

Eu também estava morrendo. Já não tinha mais forças e já me preparava para fechar os olhos e dormir para sempre, como meus irmãos. Foi aí que percebi que um anjo pousou ao meu lado. Eu não podia vê-lo, mas sabia que estava ali, me chamando pra caminhar.

Então, eu saí caminhando sem destino. Na verdade, eu tinha um destino. Esse anjo me conduziu até a metade do meu caminho, quando cruzei o caminho de alguém disposto a me ajudar.

Ainda não é a minha mãe, mas é alguém que ficará comigo até a minha mãe chegar. E vai também cuidar de mim, já que sozinho, eu não chegaria muito longe.

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Eu estava com muita fome e sede. Estava desidratado, desnutrido, anêmico e muito doente. Não teria durado muito se continuasse sozinho. Meu amigo me levou para uma clínica veterinária, onde fiquei por uma semana inteira, tomando soro e muitos remédios.

Eu chorava muito, de dor, de medo e de tristeza. É que nós não conseguimos perceber que o sofrimento é apenas um processo. Vivemos apenas o presente e, se algo está ruim, queremos o fim daquilo. As agulhas doíam muito. Furaram três das minhas perninhas, pra colocarem agulhas. Ainda pior que as agulhas, era aquele colar.

Foram dias tristes, porque eu não sabia se um dia eu teria uma vida feliz. Afinal, para um filhote ficar internado por uma semana inteira, era porque meu estado não era bom. E a luta foi mesmo grande pra me manterem vivo.

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Sei que fizeram o melhor, mas não tenho nenhuma razão pra sentir saudade. Tia Nívea cuidou de mim, como cuida do Chipinho. Até travesseiro ela colocou pra mim.

Eu ainda não sei quem vai ser a minha mãe, mas queria a mesma sorte do Chipinho.
Depois de uma semana, eu ainda não estava bem, mas já podia continuar o tratamento em casa. Só esqueceram que eu não tinha casa.

Eu não tinha pra onde voltar. Minha família inteira já tinha morrido e eu ainda nem conhecia a minha mãe. Acho que ela também ainda nem sabia que eu existo e que estou esperando por ela.

O lobinho que deixou a clínica já era outro. Eu ainda estava doente, mas já me sentia melhor. Ainda estava triste, pois me sentia sozinho e a incerteza quanto ao futuro doía muito. Fiquei imaginando se não teria sido melhor se eu tivesse seguido para o céu, junto com os meus irmãos.

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Minhas pernas traziam ainda as feridinhas das tantas agulhas. O lugar raspado e a quantidade de furinhos mostravam o quão doída foi aquela semana. Descobri, enfim, que eu tinha um lugar pra morar, até a minha mãe me achar. Ganhei uma toquinha que parecia ter sido feita especialmente pra mim.

Uma boneca de corda me foi emprestada por uma cachorrinha da casa, para que eu não me sentisse tão sozinho. Valeu a tentativa, amigos. Enquanto minha mãe não chega, eu vou ficar brincando. Quando ela chegar, me chamem.

Para o que se devia esperar de um filhote de dois meses, eu estava bem desanimado. Até esboçava algumas brincadeiras, mas sempre com medo. Dormia muito. É que os vermes e a giárdia haviam mesmo esgotado minha força e energia.

Quando na varanda, gostava de ficar deitado em uma toquinha, vendo o movimento da rua. Os outros cães latiam, mas eu ainda não estava pronto pra soltar minha voz. Também continuava tímido com as pessoas. Afinal, minhas referências não eram boas.

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Levou um tempo até que aprendi a pedir carinho para as pessoas. Diziam que eu tinha carinha de pidão, e acho que tinha mesmo, porque ninguém resistia às minhas orelhinhas baixadas e aos olhinhos repuxados.

Com o passar dos dias (No meu caso, das horas), toda aquela tristeza e medo começavam a desaparecer. Sou um filhote de apenas 2 meses e é claro que em pouco tempo já estarei correndo e pulando, como todos esperam.

Eu até que tentei fazer amigos entre os outros cães da casa, mas eu tinha medo de tudo. Todos os cachorros aqui eram maiores que eu e as brincadeiras poderiam me machucar. Eu ainda estava fraquinho demais Então, eu não tinha muito com quem brincar. Sentia saudade dos meus irmãos.

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Um dia, as pessoas que cuidam de mim chegaram com mais um amiguinho. Fred era o nome daquele ursinho vermelho. Naquele dia, eu conheci meu melhor amigo. O Fred não me faz mal. Ele é amigo bonzinho e fica o tempo todo quietinho, igual os meus irmãos depois que morriam. Ele nem reclamava quando eu puxava suas orelhas. Acabei me afeiçoando ao Fred. Tornamo-nos inseparáveis.

Eu ainda espero por adoção e sei que minha mãe ainda virá me buscar, mas ela terá que levar o Fred também. Já aviso que o meu amiguinho Fred é bonzinho, não faz bagunça, fica todo o tempo quietinho, não precisa de vacinas e nem de remédios.

De vez em quando, ele pode tomar banho, mas só se for banho rápido, porque eu não gosto de ficar muito tempo longe dele.
Eu tive alta do hospital na sexta-feira, dia 04 de março. Tenho ainda mais 10 dias de antibióticos e vitaminas. Só depois dos remédios poderei iniciar a vacinação. Estamos para adoção, eu e meu amigo Fred. E já aviso que é só adoção conjunta.”

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Contato: Crispim Zuim – Projeto O Lobo Alfa
(31) 3477-7602
[email protected]

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