Projeto O Lobo Alfa
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Esta coisinha foi vista deitada em um ponto de ônibus. Estava muito magrinha e claramente debilitada. Ninguém a via. Infelizmente, para algumas pessoas, um cão doente, faminto ou mesmo morrendo faz parte da paisagem urbana. Os cientistas comportamentais chamam isto de “banalização do mal”. Para ela, não importa o nome. Fome dói e dói muito.
Mas aí, alguém viu. Correu a uma clínica veterinária próxima, para acertar os detalhes da internação e pegar uma cordinha que pudesse servir de coleira. Detalhes acertados, era hora de voltar e pegar a criança. Ao chegar no ponto do ônibus, ela havia sumido. Desapareceu como fumaça e ninguém sequer a viu levantar e sair.
Apesar da correria, aquele resgate tinha que acontecer, naquele momento. A solução seria esquecer os compromissos e procurar, o tempo que fosse preciso. Às vezes, a vida testa nossa disposição de ajuda, nos impondo um esforço a mais. Depois de alguns minutos procurando, a pequena foi vista novamente. Permitiu a aproximação de sua protetora, oportunidade em que foram também feitas as primeiras fotos. Aceitou o carinho e mostrou-se resignada com a cordinha que foi colocada em seu pescoço.
Ao se levantar e caminhar para a clínica, a pequena Rosinha mostrava-se resistente, embora não houvesse qualquer sinal de agressividade. Ela apenas puxava a corda e choramingava de medo, com o rabinho entre as pernas, como se esperasse pelo próximo chute ou coisa parecida. Não precisa ser especialista em comportamento canino pra saber que ela vivia presa e apanhava constantemente. Quando chegou na clínica, enquanto ouvia a conversa de sua protetora com a médica veterinária, ela a olhava com ternura, abanando o rabinho.
Àquela altura, ela sabia que não voltaria mais a apanhar. Eles sabem quando estão em boas mãos. Fez todos os exames, que acusaram alguns pequenos problemas, nada que alguns dias de antibióticos não pudessem resolver. A babésia é uma doença também conhecida como “tristeza canina”. Sem tratamento, é fatal. Os demais exames foram ótimos. Ela está bem, inclusive negativa para leishmaniose.
Ficou internada o tempo necessário para concluir o tratamento. Na clínica, experimentou o afeto da Dra. Natália, que a descreveu como uma cachorrinha extremamente dócil, quietinha, mas que, quando solta, adora pular no colo e brincar como todo lobinho com dois anos de vida. Ela é novinha e tem porte pequeno para médio, pesando menos de 7 quilos. Adora carinho e demonstra afeto a toda hora.
Assim que se recuperou, teve alta médica e foi transferida para a Cão Viver, onde está à espera de um adotante especial.
A tristeza e a timidez de antes era consequência da Babésia. Ela se mostrou uma cadelinha muito esperta e brincalhona. É muito carinhosa, mesmo com estranhos.
No carro, a caminho da ONG, ela chorava de medo. Parecia sentir que estava se afastando muito de casa. Talvez estivesse na praça à espera dos tutores. Chegando na Cão Viver, a adaptação foi imediata. Logo fez amizade com a Priscila, que seria sua médica daquele momento em diante, até a adoção. Explorou o lugar com a certeza que ali não passaria fome e sede. Latiu e abanou o rabinho para o Paco, o recepcionista da ONG. Esboçou correr atrás da Priscila e pulou no colo de sua protetora. Ela estava em um abrigo, mas ainda assim parecia feliz. Ali ela ficará por pouco tempo. A Cão Viver não é lar definitivo, mas apenas casa de passagem.
Nunca mais voltará para as ruas. Para a protetora que a resgatou, resta a esperança de que alguém a reconheça pelas fotos e se candidate a dar a ela tudo o que a pequena Rosinha merece. Esta semana, tivemos a alegria de conhecer a moça. Aprovei Em outros, ela se mostra introspectiva, como se tivesse buscando na memória a lembrança de alguém que fez parte de sua vida. Ela é uma mestiça de Poodle de pequeno porte. É cachorrinha de colo, e talvez tenha tido colo em algum momento da vida.
Hoje ela é apenas mais um cão de abrigo. Pra quem já teve um Poodle em casa, sabe que eles só faltam falar. É isso o que vemos na Rosinha. Ela parece compreender o porquê está ali. Não é mal agradecida. Pelo contrário, ela faz festa e mostra-se feliz. Mas, mesmo assim, abrigo não é lugar pra um animal passar a vida. No máximo, uma casa de passagem. A Rosinha já está totalmente recuperada e não tem mais razão pra continuar ali. Precisa agora de tutores especiais.
Para adotar: Feira Permanente de Adoções da Cão Viver. Terças, Quintas e Sábados, na Rua 1º de maio, nº 165, Bairro Braúnas, Contagem.
Contato: Linda: (31) 9795-8668 Vivo / (31) 3397.8560 / 31- 9492.8730
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