EnglishEspañolPortuguês

DESRESPEITADA

Cachorra escapa de caixa de viagem quebrada e é ignorada por funcionários no Aeroporto de Guarulhos (SP)

Caso mostra mais um dos diversos riscos da viagem de animais no porão do avião e a urgência por mudanças na legislação.

11 de julho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
A-
A+
Jaqueline se despedindo de Esperança no aeroporto de Lisboa. Foto: Reprodução/Instagram

Uma cachorrinha chamada Esperança viveu momentos de terror após escapar de sua caixa de transporte no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Acompanhada por uma conhecida da família, ela chegou de um voo vindo de Portugal na segunda-feira (07/07), para se encontrar com a mãe de sua tutora.

Jaqueline Ramos, tutora de Esperança, relatou que seguiu todos os protocolos necessários antes do embarque em Lisboa, incluindo a apresentação de documentação e a passagem da cachorrinha pela pesagem e raio-X. No entanto, funcionários da companhia aérea teriam sido negligentes ao não garantir que a caixa de transporte fosse devidamente fechada. Jaqueline afirmou que entregou lacres plásticos a um agente e orientou sobre o procedimento, mas a medida não foi seguida corretamente.

Ao desembarcar no Brasil, a caixa chegou vazia, e a acompanhante de Esperança se surpreendeu ao encontrá-la aberta e sem sinal da cachorrinha. Um funcionário do aeroporto teria dito, de forma insensível, que “a cachorra abriu sozinha”. A mulher ainda relatou que pediu ajuda para localizá-la, mas foi ignorada por um colaborador do aeroporto, demonstrando descaso com a vida e bem-estar dela.

Ao saber do desaparecimento, Miriam Áurea, mãe de Jaqueline, que aguardava no local, saiu em busca da cachorrinha por conta própria. Ela contou que chamou pelo nome de Esperança e perguntou a funcionários e passageiros, até que a avistou correndo na área externa do terminal. No entanto, em vez de receber ajuda, a cachorra foi ignorada por funcionários do aeroporto.

Quando finalmente resgatada, Esperança precisou ser levada ao veterinário do aeroporto. Como a caixa estava quebrada, funcionários improvisaram uma amarração usando a alça da bolsa de Miriam, uma solução precária que demonstra a falta de preparo para lidar com situações envolvendo animais.

A GRU Airport, administradora do aeroporto, afirmou que “o transporte e o cuidado com animais são de responsabilidade exclusiva das companhias aéreas” e que não foi comunicada sobre o incidente, por isso não acionou o protocolo de busca. A declaração, no entanto, não justifica a falta de auxílio prestado à cachorrinha e à família, que precisaram agir por conta própria.

O caso de Esperança é mais um exemplo de porque o transporte de animais no porão de aviões, onde estão expostos a riscos desnecessários, precisa acabar. Além do estresse extremo, cães e gatos podem sofrer com quedas de pressão, temperaturas inadequadas e manuseio incorreto, colocando suas vidas em perigo.

A solução é simples: todos os animais domésticos devem viajar na cabine com o tutor ou responsável, independentemente de seu porte e se presta apoio emocional à um passageiro ou não. A legislação precisa mudar e valer para todas as companhias aéreas para que a segurança dos animais seja colocada em primeiro lugar.

    Você viu?

    Ir para o topo