Uma cachorra da polícia, da raça bloodhound, morreu recentemente após ficar presa dentro de uma viatura com temperaturas que ultrapassaram 38°C no noroeste da Geórgia (EUA). Segundo o Escritório do Xerife do Condado de Dade, a K-9 Georgia foi deixada sem supervisão por “um tempo inaceitável” enquanto seu responsável estava no interior de um prédio administrativo. O caso está sendo investigado e poderá ser encaminhado à Justiça.
A delegacia informou que o sistema de ar-condicionado do veículo estava com defeito e que o alarme de calor, mecanismo de segurança que deveria alertar sobre temperaturas perigosas, também falhou. O tratador responsável pela cachorra foi demitido, e novas medidas estão sendo estudadas para evitar tragédias semelhantes.
Georgia era a mais nova integrante do esquadrão K-9 e havia sido adotada de uma família local. Em nota, a polícia afirmou que a cachorra era “uma bloodhound incrível, dócil e com grande potencial”. O caso lembra outro ocorrido em 2023, quando um cão policial morreu em condições semelhantes no Condado de Cobb, próximo a Atlanta.
O uso de cães em operações policiais é inaceitável. Além do risco de vida que eles passam diariamente nas operações, mortes por superaquecimento em viaturas são recorrentes. Os animais deveriam ser substituídos por tecnologias como drones e câmeras térmicas em missões de busca e resgate.
A narrativa de “cães heróis” mascara uma realidade cruel: esses animais não escolhem servir. São recrutados à força, doados ou comprados, treinados sob métodos muitas vezes violentos e submetidos a situações extremas, de confrontos armados a longas horas em viaturas sem condições mínimas.
Georgia era “doce, brincalhona e amada”, diz o comunicado oficial. Mas nenhum tributo póstumo apaga o fato: ela morreu porque sua vida valia menos que sua utilidade.