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Caçadores invadem patrimônio ambiental em Nova Lima, MG

14 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Luís Lemos – PreserveJP
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Caçadores estão fazendo a festa na região do Jardins de Petrópolis, residencial com riquíssima biodiversidade que vem sendo destruída pela omissão, pela falta de consciência de proprietários e pela impunidade. Há décadas, a caça existe na região, principalmente próximo ao Córrego dos Macacos.

Como morador do Jardins há mais de trinta anos, já presenciei caçadores montados em cavalos, com espingardas nas costas, transitando livremente pelas ruas de terra do bairro. Armadilhas para pegar animais de menor porte como aves e tatus eram, e ainda podem ser, encontradas no meio da mata. Até alguns anos atrás, o bairro não tinha as portarias 24 horas e era pouco povoado, o que facilitava a atuação dos caçadores que usavam ruas e trilhas para chegarem ao Córrego dos Macacos.

Os tiros eram ouvidos nas madrugadas dos finais de semana. Atualmente, mesmo com as portarias, os tiros continuam sendo ouvidos por moradores (proprietários e caseiros) em locais dentro do residencial, principalmente onde a mata é mais preservada, sem construções por perto e com mananciais. Esses locais são passagem de diversas espécies de animais silvestres como veados, porcos do mato, pacas e até mesmo as onças jaguatirica e sussuarana (já vistas no JP).

Estamos em contato com a Polícia do Meio Ambiente para tentar cessar ou pelo menos inibir essa prática aqui na região. Há alguns meses, uma onça foi encontrada morta próximo ao Jardins e uma das possibilidades (na minha opinião, a mais provável) é de que ela tenha sido morta por tiros disparados por caçadores, proprietários de chácaras de Macacos ou de condomínios do entorno. A biodiversidade do Jardins e de outros condomínios circunvizinhos está “cercada” e já não aguenta mais tanta agressão.

De um lado, há os proprietários sem a mínima consciência ambiental – mantêm cães soltos, invadem áreas verdes públicas de preservação ambiental, desmatam Mata Atlântica e fazem terraplanagem sem licença, poluem nascentes e córregos com seus esgotos sanitários etc. Junto com eles, representando-os, estão associações omissas, que também desrespeitam as leis e a natureza em nome da arrecadação (há condomínios arrecadando quase meio milhão de reais por ano), além de adotarem a política do “fingimos que não vemos”. Não podemos nos esquecer também dos especuladores imobiliários que, infiltrados nessas associações (alguns são proprietários de terrenos e membros que pagam as taxas condominiais que as sustentam), fazem lobby pesado para venderem lotes “sem maiores problemas”.  

Do outro lado, cercando a biodiversidade pelas costas, estão os caçadores que matam espécies da fauna silvestre. Até quando a biodiversidade resistirá?


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