Três moçambicanos foram condenados a 35 anos de prisão por tráfico de presas de rinocerontes. Os animais foram mortos na reserva de Pilanesberg, a noroeste da capital Pretória, na África do Sul. A decisão é do Tribunal Regional de Mogwase.
De acordo com o porta-voz do Ministério Público sul-africano na província de North West, Henry Mamothame, “os homens, que são de Moçambique, foram presos em 2 de julho de 2018 ao tentarem sair da reserva de caça numa pick-up Ford branca carregada com presas de rinoceronte no valor de 1,5 milhões de rands (86.857,83 euros)”.
Até serem condenados, no entanto, o processo tramitou na Justiça por anos, tendo sido divulgada a sentença na última semana. “Após a prisão, os detidos apelaram pela liberdade condicional através do pagamento de uma caução que lhes foi negada, tendo permanecido sob custódia policial até à conclusão do julgamento”, pontuou Mamothame.
Os caçadores Arlindo Mhlanga, Adam Hlongwane e Inacio Chauke foram condenados pela morte de três rinocerontes fêmeas e por posse ilegal de armas e munições, além da posse e transporte ilegais de seis presas de rinoceronte. Eles também foram acusados de roubar as presas dos animais e de invadir a reserva onde os rinocerontes viviam.
“Das 10 acusações que enfrentavam, o tribunal condenou a uma pena cumulativa de 85 anos de prisão. No entanto, ordenou que algumas sentenças deveriam ser executadas simultaneamente. Os acusados passarão a 35 anos de prisão efetiva para os crimes que cometeram”, explicou Mamothame.
A África do Sul abriga a maior população de rinocerontes do mundo e tem sido o país onde a caça à espécie ocorre de maneira mais intensa. A prática é fomentada por redes criminosas.
De acordo com o acadêmico Samuel Umoh da Universidade do KwaZulu-Natal, entre 2007 e 2014, a caça aos rinocerontes aumentou 9.000% no país. “A África do Sul é um país extremamente importante na conservação do rinoceronte”, reforçou.