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Caçada a cão "apaixonado" em BH evidencia o desafio dos animais abandonados

1 de junho de 2015
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A paixão por Olívia Palito deu fama a Xerife e, ao mesmo tempo, dividiu opiniões sobre seu destino. Mas, por enquanto, não se sabe qual será o futuro do cão abandonado que há mais de três meses montou guarda na porta da casa onde mora a cadela amada, no Bairro Prado, na Região Oeste de Belo Horizonte. O cachorro está desaparecido desde o sábado, quando fugiu a caminho de uma clínica onde seria castrado, e uma caçada teve início na tentativa de localizá-lo. Por enquanto, não há pistas de onde possa estar Xerife. Mas, preocupadas com o paradeiro do cão, a funcionária pública Tatiana Azeredo Coutinho Ferreira, dona de Olívia, e a protetora de animais que providenciaria a adoção do fujão percorrem ruas do Bairro Cidade Nova, onde ele foi visto pela última vez.
A saga de Xerife, que ganhou as redes sociais e mobiliza defensores da causa animal, chama a atenção para a situação de muitos outros cães que vivem nas ruas ou precisam de lares adotivos em Belo Horizonte. Estima-se que sejam cerca de 30 mil os que vagam pela cidade, constituindo também um desafio de saúde pública, já que, sem cuidados, esses animais podem se transformar em vetores de doenças. O desafio ainda está em vencer a resistência em relação aos cães SRD. Na tentativa de aumentar o número de adoções, a ONG Associação Cultural Teia de Textos organiza feiras todas as semanas. “Ainda há uma restrição ao animal sem raça definida. Além disso, o apelo emocional pelo filhote é grande, mas temos insistido nos adultos”, destaca o veterinário Leonardo Andrade Veloso. No caso dos animais mais velhos disponíveis para adoção, é certo que eles já passaram por exame de leishmaniose, foram castrados, vermifugados e vacinados e estão com microchip de identificação debaixo da pele. Além disso, dá para saber qual é a personalidade do cão e não há o risco de ele crescer mais que o esperado. Os animais que não são adotados vão para o albergue da ONG, com capacidade para 140 “abrigados”.
A equipe é bastante rigorosa para avaliar candidatos a adotar os animais. Eles precisam assinar um termo antes de levar o mais novo morador da casa. Depois, a ONG faz visitas esporádicas, para ver a situação em que vive o adotado. Em 70% dos casos eles estão bem; cerca de 20% apresentam algum tipo de problema, como vacinas que não estão em dia, ou vivem em local inadequado. “Apenas 5% dos casos são extremos e temos que recolher o animal, por causa de maus-tratos”, diz o veterinário. Em quatro anos, foram 1.650 adoções em BH.

Fonte: Estado de Minas

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