Mais de cem burros foram resgatados quando estavam prestes a ser morto para consumo humano na África do Sul. Os animais foram salvos graças ao Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade Contra os Animais (NSPCA em inglês), com o apoio da SPCA de Rio Mooi e da organização britânica The Donkey Sanctuary, além do apoio das forças policiais.
Estas entidades que visam proteger os direitos animais conseguiram salvar os mais de cem animais que seriam mortos em Lesoto, um pequeno país africano que tem um forte comércio ilegal envolvendo pele de burros, matéria-prima que é utilizada na concepção de um tipo de gelatina.
Os animais estavam sendo levados em caminhões que se dirigiam à região de Rio Mooi, uma cidade em KwaZulu-Natal, ainda na África do Sul, e que de lá, iriam atravessar a fronteira para chegar no destino, o Lesoto.
Segundo a NSPCA, os burros estavam em situação degradante, apresentavam infecções na pele, ferimentos graves e alguns não tinham partes da orelha. “Muitos dos animais estavam extremamente magros, com costelas à mostra e infestados de carrapatos”, fala.
O Serviço de Polícia da África do Sul (Saps) prendeu seis homens envolvidos no transporte ilegal por levarem os animais sem passaporte, e sem autorização de transporte de semoventes, além de praticarem violência contra os animais.
Os animais resgatados foram em parte levados a um abrigo da SPCA chamado Kloof and Highway, na cidade de Kloof, uma grande área costeira de Durban. Já os outros foram para outro abrigo em Joanesburgo onde receberam ajuda da organização Donkey Sanctuary, outra entidade protetiva dos animais.
A diretora executiva da NSPCA, Marcelle Meredith, relatou sobre a piora na exploração comercial de burros. Há mais ou menos meia década atrás a entidade percebeu o aumento da tal ilegalidade ao encontrarem uma grande quantidade de peles de burros em algumas propriedades. Ela ainda complementa sobre a violência como os burros são tratados: “A maneira como a pele de burro é obtida é angustiante – começando pela maneira como os animais são tratados, transportados, mortos e às vezes até esfolados vivos”.
O comércio de peles de burros em países africanos é provavelmente relacionado a pouca quantidade da espécie na China, país que passou a ter alta demanda por gelatina feita desses animais (ejiao).