Por Natália Prieto (da Redação)

Brigitte Bardot acusou nesta segunda-feira (26) a polícia francesa de “selvageria” depois que um homem entrou em coma após a retirada dos manifestantes que protestavam contra as touradas em uma arena.

Dezenas de manifestantes pelos direitos dos animais ficaram feridos durante o ato em Rion-des-Landes, perto da fronteira com a Espanha, no sudoeste da França, neste domingo.

Em média, 80 deles participaram da tourada, incluindo membros da Fundação Brigitte Bardot, comandada pela estrela de cinema aposentada.

Um dos oito manifestantes que foram gravemente feridos foi levado para um hospital em Bordeaux e está em coma induzido devido aos ferimentos na cabeça.

“Se a barbárie por trás da tortura de touros e suas mortes sangrentas são toleradas em certas regiões em nome de uma ridícula, indecente e sádica tradição obsoleta, então o direito de protestar pacificamente também deve ser igualmente e legalmente respeitado em uma democracia”, disse Bardot, 78 anos.

A família do homem agredido – identificado apenas como Alain – está agora movendo uma ação criminal contra a polícia alegando que os ferimentos foram causados propositalmente.

“Temos fotos comprovando a agressão”, disse Jean-Pierre Garrigues, do CRAC Europe, grupo de direitos dos animais, que também estava envolvido na manifestação.

Mas Fabrice Spinetta, porta-voz da polícia local, disse que atacou os manifestantes por serem “extremamente agressivos”.

Funcionários da prefeitura de Rion-des-Landes afirmaram que o evento foi “totalmente legal” e que agora pretendem processar os manifestantes envolvidos no ato.

O porta-voz da prefeitura, Bernard Dehez, disse que os manifestantes anti-touradas foram culpados de “crimes contra a ordem pública e a destruição de propriedade”.

A prefeitura, que ajudou a organizar o evento, se reportou por meio de Dehez afirmando que o protesto foi “um incômodo para o nosso show e causou grandes perdas financeiras”.

A ‘novillada’ é uma corrida com touros jovens condenados à morte após o ‘combate’ com matadores iniciantes.

A tourada é tecnicamente ilegal na maior parte da França, mas há uma brecha na ‘herança cultural’ que ainda permite realizações com essa finalidade.