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RETROCESSO

Brasil volta a exportar cavalos vivos para países da União Europeia

Após 21 anos de veto, eles voltarão a ser exportados vivos, sendo expostos ao sofrimento físico e emocional

15 de agosto de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

As autoridades sanitárias da União Europeia concederam a autorização para que o Brasil exporte cavalos vivos. Eles serão explorados para reprodução e campeonatos de hipismo.

A exportação de cavalos vivos para a Europa estava vetada há 21 anos. Entretanto, durante esse tempo o Brasil continuou os exportando para outros países, como os Estados Unidos, México e Colômbia.

Os cavalos são transportados em contêineres com baias em avião, viagem que envolve riscos consideráveis ao bem-estar e sobrevivência. As longas viagens, realizadas em condições estressantes e inadequadas, expõem cada um deles a sofrimento físico e emocional.

Além disso, a falta de fiscalização rigorosa sobre as condições de transporte e os procedimentos ao desembarcar nos países de destino aumentam o potencial de crueldade e negligência.

Quando chegam ao seu destino, os cavalos são explorados em competições de alto desempenho, como o hipismo, onde são submetidos a treinamentos intensivos e exaustivos.

As exigências físicas impostas aos animais em competições podem resultar em lesões graves, estresse e desgaste precoce. As condições de treinamento e competição ignoram o bem-estar dos cavalos, priorizando o rendimento esportivo acima de sua saúde.

Outro ponto do hipismo são as agressões que diversos cavalos sofrem dos atletas, como no recente caso da Charlotte Dujardin, amazona da Grã-Bretanha que foi suspensa dos Jogos Olímpicos após o vazamento de um vídeo onde ela chicoteava um cavalo inúmeras vezes.

Muitos desses cavalos também serão explorados para reprodução, com o objetivo de aprimorar raças e produzir descendentes com características desejadas para o esporte. A reprodução seletiva trata os animais como mercadorias, perpetuando o ciclo de exploração.

Enquanto o governo brasileiro celebra a exportação de cavalos vivos como uma vitória para o setor agropecuário, fecha os olhos para a crueldade e exploração que essa prática implica. Em nome do lucro, o governo se alia a um agronegócio que trata seres vivos como produtos descartáveis, desconsiderando completamente o sofrimento e as condições desumanas a que esses animais serão submetidos.

Essa postura reflete uma indiferença alarmante, onde o crescimento econômico é priorizado a qualquer custo, mesmo que isso signifique condenar os cavalos a uma vida de abuso, exploração e negligência. É uma política que evidencia a falta de compromisso com os direitos animais, sacrificando vidas em prol de interesses financeiros.

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