Brasileiros e belgas encaminharam à CIB uma proposta que poderia resolver um dos buracos da atuação da comissão: os pequenos cetáceos, como golfinhos e botos.
Embora sob pressão de caça no mundo todo, eles não são protegidos pela CIB.
Essa falha ficou famosa ao ser exposta no documentário The Cove, que ganhou o Oscar da categoria. Ele mostra como funciona a matança e a captura de golfinhos no Japão, e teve sua exibição vetada no país.
“Até há um grupo de pequenos cetáceos na comissão científica da CIB, mas as discussões nele ainda não se revertem em decisões da CIB”, explica Fábia de Oliveira Luna, analista ambiental do Instituto Chico Mendes.
No Brasil, problemas envolvendo os animais não faltam. Na região Sul, as chamadas toninhas com frequência são mortas acidentalmente ao ficarem presas nas redes de pescadores.
Em todo o litoral, o boto-cinza ou tucuxi é capturado para virar isca de tubarão, enquanto, na Amazônia, o boto-vermelho é retalhado para atrair um bagre.
“No caso do boto-vermelho também há o turismo. As pessoas nadam com os animais. Além de alterar o comportamento e a alimentação deles, há doenças sendo transmitidas entre pessoas e botos”, explica Luna.
Se aprovada, a proposta impulsionará a pesquisa sobre pequenos cetáceos.
O problema é que a ideia faz parte do pacote maior de medidas sobre a caça de baleias. Se nenhuma versão for aprovada, a proposta pode ser engavetada.
Fonte: ClickPB