O Brasil está participando da 65ª reunião do Comitê Científico da Comissão Internacional da Baleia – CIB em Jeju Island, na Coréia do Sul. A reunião ocorre de 31 de maio a 16 de junho. A pesquisadora Fábia Luna, Coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio/MMA, representa o País na 65ª reunião do comitê Científico da CIB, que conta com a participação de mais de 200 pesquisadores de aproximadamente 80 países contratantes da Convenção que foi criada em 1946 para tratar da caça de baleias.
Atualmente a caça de baleias comercial está suspensa devido à moratória estabelecida pela CIB em 1984. Dois países continuam caçando baleias de forma comercial (Noruega e Islândia, que fizeram objeção à moratória). Além deles, o Japão realiza caça científica em acordo com um dos artigos da Convenção. A caça realizada pelo Japão é muito discutida internacionalmente, uma vez que se realizam em águas internacionais que foram estabelecidas como um Santuário de Baleias.
Durante a reunião do Comitê Científico, estão sendo discutidos assuntos que atualmente podem afetar as populações de baleias como: problemas ambientais (poluição orgânica e inorgânica, ruídos marinhos, degradação do habitat, aquecimento global, e outros). Além disso, problemática que afetam direto os indivíduos como: atropelamentos, emalhes, capturas acidentais. Um assunto de interesse dos países conservacionistas é o whalewatching realizado de forma responsável, uma vez que a atividade tem sido considerada como a melhor opção para utilização das baleias de forma não letal, ou seja, a atividade é uma forma de se utilizar as baleias vivas como uma forma de renda para populações locais e desenvolvimento de turismo em regiões onde a espécies ocorre, aumentando a capacidade de renda da região onde geralmente necessita de outros serviços como hotéis, restaurantes, loja, entre outros.
O Brasil tem investido em implementação da atividade de whalewatching em suas águas jurisdicionais de forma responsável, ou seja, evitando que a atividade acabe prejudicando as baleias. Para tanto é necessária atenção especial em relação a: aumento de poluição sonora, dejetos das embarcações, forma de aproximação e distância dos animais, entre outos.
Segundo Fábia Luna, a reunião está sendo bastante positiva e o Brasil tem conseguido desenvolver várias pesquisas e ações com vistas à conservação dos mamíferos aquáticos. A pesquisadora ressalta a importância de o Brasil estar presente nessas reuniões, discutindo assuntos científicos e reforçando a posição de que o país trabalha em prol da conservação e uso não letal dos cetáceos.
Fonte: JC3 / Blog Ciência e Meio Ambiente
Nota da Redação: É preciso muita cautela com atividades turísticas que envolvem animais. Em áreas habitadas por mamíferos marinhos, os operadores de barcos devem reduzir a velocidade, manter o veículo afastado dos animais, tomar cuidado com possíveis colisões, não entrar no meio de grupos de animais, realizar a observação da forma mais discreta possível, sem assustar ou interferir em suas vidas.
Recentemente, por exemplo, a Justiça Federal suspendeu por tempo indeterminado o turismo de observação de baleias-franca no litoral de Santa Catarina. A atividade poderia colocar em risco a espécie, que está ameaçada de extinção.
Em breve a ANDA lançará uma cartilha em parceria com a ONG espanhola FAADA, sobre o Turismo responsável com os animais. Um dos temas abordados é observação de cetáceos.