Ele pondera que a quantidade de matéria orgânica inflamável neste ano é menor do que em 2020 e 2023 —quando o bioma viveu outras duas e históricas crises de incêndio, em especial em 2020. Com menos “combustível”, é possível que o fogo não tenha tanta força agora quanto nos outros casos.
Também afirma que, após os cortes do Congresso e do governo, já recompôs o orçamento do Ibama. O Ministério do Meio Ambiente, diz ele, busca recursos extraordinários para o combate às queimadas —R$ 100 milhões foram liberados e a pasta de Gestão e Inovação sinaliza que atenderá mais demandas.
“Hoje tenho um orçamento um pouquinho melhor do que o ano passado, mas nossa grande preocupação é a seguinte: a crise está só começando. Estamos em junho, e essa seca era para acontecer em setembro”, diz. “A gente não sabe quando se ela vai passar, não temos garantia de que em novembro vai começar a chover.”
Agostinho enfatiza ainda que, pela quantidade e variedade de eventos climáticos extremos, o país precisa ampliar suas estratégias em diferentes frentes.
“O Brasil precisa de uma estratégia não só para incêndios, mas para outras crises: enchentes, abastecimento de água, o mar subindo…”, afirma. “Mas não basta um plano por um plano. Ele tem que se transformar em política pública, não pode ser um plano de governo, tem que ser de Estado, ser estruturado de forma contínua. Se você não o implementar, é apenas um papel.”
Fonte: Folha de S. Paulo