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PETIÇÃO

Brasil faz parte de grande manifestação global pela liberdade de ambientalista pelas baleias, Capitão Paul Watson

Brasil faz parte de grande manifestação global pela liberdade de ambientalista pelas baleias, Capitão Paul Watson

26 de julho de 2024
Nathalie Gil, Presidente Sea Shepherd Brasil
6 min. de leitura
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Crédito: Captain Paul Watson Foundation

Já faz 5 dias que Capitão Paul Watson, visto como maior defensor de baleias e do oceano no mundo, segue preso em prisão na Groenlândia, a pedido do Japão, nação que ainda permite matança de baleias a qual por décadas o Paul Watson busca combater para salvar as baleias. A sua organização global, Captain Paul Watson Foundation segue buscando as mais variadas maneiras de encontrar uma solução para a libertação de Paul Watson, uma decisão que está nas mãos da Primeira Ministra da Dinamarca, a Sra. Mette Frederiksen. A decisão está planejada preliminarmente para até dia 15 de agosto.

Globalmente, o assunto foi parar em todas as mídias, e estatistas já se posicionaram publicamente contra esta decisão. Notadamente, Emmanuel Macron, Presidente da França, foi a público pedir pela libertação de Paul Watson, e diz que já está em conversa com os Governos do Japão e Dinamarca sobre o assunto. O Presidente Lula ainda não se pronunciou sobre o caso.

Esta apreensão também comoveu todo o Brasil, um país reconhecido por ser pioneiro na proteção de baleias. Com uma grande repercussão na mídia, envolvimento de celebridades e influenciadores, e também organizações ambientalistas, um grande movimento de pessoas decide agir nas mídias sociais, com o uso da hashtag #FreePaulWatson, e também colocando em tag os contatos da Primeira Ministra, e do Governo da Dinamarca, pedindo para tomarem uma decisão favorável ao ambientalista.

BRASIL PODE SER PEÇA-CHAVE NA NEGOCIAÇÃO

A Sea Shepherd Brasil, organização fundada por Paul Watson no Brasil, e representante do ambientalista, está diretamente trabalhando com as equipes globais para tentar a todo custo encontrar uma solução. Por aqui, a ONG busca uma posição favorável e de suporte do governo brasileiro, como uma nação conhecida por seu caráter diplomático, também por ser sede da G20 no Rio de Janeiro neste ano, e da COP30 no Pará no ano que vem, ambos eventos em que as nações do Japão e Dinamarca farão parte (a Dinamarca terá caráter de consulta no G20).

“Um posicionamento de Luiz Inácio Lula da Silva pode ser a peça-chave para uma decisão da Primeira Ministra dinamarquesa.” diz Nathalie Gil, Presidente da organização. Ela continua, “A Dinamarca possui fortes relações com o Brasil, anunciando em 2023 a doação de 110 milhões de reais para o Fundo Amazônia. Um posicionamento do Brasil contra a prisão de Paul Watson poderá passar uma mensagem importante ao planeta sobre a proteção das baleias, que quase foram extintas quando a caça baleeira era ainda permitida pelo mundo, mas também reforçará nossa posição de líder em relação ao tema do meio-ambiente e da biodiversidade para o combate climático, em um momento crucial para o planeta. Não se posicionar e deixar Paul Watson ir preso no Japão é passar todas as informações erradas de quem deve ser punido e quem deve ser reverenciado na proteção do meio ambiente.”

Como protesto, a ONG brasileira iniciou uma petição online que já alcança mais de 6 mil assinaturas, e a lista de assinaturas será enviada em conjunto uma carta conjunta para o Governo do Brasil no início da semana que vem, que já possui mais de 58 organizações brasileiras inscritas, entre elas a ANDA, solicitando por uma posição do Governo para a liberdade do Sr. Watson. Uma grande manifestação pacífica também está sendo realizada em São Paulo, no MASP, neste sábado dia 27 de julho, a partir das 13 horas. Outra está organizada para segunda, dia 29 de julho, às 13 horas na frente da embaixada da Dinamarca no Brasil, também para simbolicamente demonstrar o descontento dos brasileiros e o pedido para ele não ser extraditado ao Japão, uma decisão que pode colocar o ambientalista, já com 73 anos de idade, na prisão por até 15 anos.

ENTENDA O CASO

Na manhã de domingo, 21 de julho, o Capitão Paul Watson, co-fundador da conservação marinha Greenpeace, fundador da Sea Shepherd Brasil e da Fundação Captain Paul Watson (CPWF), foi preso ao chegar em Nuuk , Groenlândia quando parou a bordo de seu navio de 72 metros, o M/Y JOHN PAUL DEJORIA, quando parou na Groenlândia para reabastecer.

A tripulação da Fundação Capitão Paul Watson estava a caminho da Passagem Noroeste como parte da Operação Kangei Maru, em uma missão para interceptar o recém-chegado navio baleeiro do Japão, o Kangei Maru, no Pacífico Norte.

O Ministério da Justiça da Dinamarca confirmou ontem em comunicado que afirmou em carta à organização do ambientalista que “A detenção foi efetuada com base num mandado de detenção internacional emitido pelas autoridades japonesas.” Após julgamento em corte local em Nuuk, o juiz declarou que é de poder do Ministério da Justiça da Dinamarca agora decidir por sua extradição ao Japão, ou não.  Caso seja extraditado, a pena de prisão pode ser alta: o tempo máximo de apreensão no Japão é de 15 anos. Paul Watson tem 73 anos.

É confirmado em carta que a prisão é relacionada com um antigo Aviso Vermelho de 2012 emitido para as anteriores intervenções anti-caça às baleias do Capitão Watson na região da Antártica em 2010. Desde então, o programa de pesquisa baleeira do Japão, JARPA, foi declarado ilegal pelo Tribunal Internacional de Justiça em 2014.

“Estamos completamente chocados, pois o Aviso Vermelho desapareceu há alguns meses. Ficamos surpresos porque isso poderia significar que ele havia sido apagado ou tornado confidencial. Compreendemos agora que o Japão tornou isso confidencial para atrair Paul a uma falsa sensação de segurança. Imploramos ao governo dinamarquês que liberte o Capitão Watson e não aceite este pedido de motivação política”, afirmou Locky MacLean, Diretor de Operações de Navios da CPWF.

Operando em violação da decisão do Tribunal Internacional da Justiça durante vários anos, o Japão acabou por cessar a caça às baleias no alto mar da Antártida em 2016, e agora só caça baleias dentro das suas águas territoriais. A CPWF acredita que o Japão planeja retomar a caça às baleias em alto mar no Oceano Antártico e no Pacífico Norte já em 2025, e a reativação do Aviso Vermelho contra o Capitão Watson tem motivação política e coincide com o lançamento de um navio-fábrica de processamento de baleias recém-construído.

Em Nuuk, mais de uma dúzia de policiais federais e um promotor dinamarques e membros da equipe SWAT vieram de Copenhagen para a apreensão, e embarcaram no M/Y John Paul DeJoria assim que este chegou ao porto. Depois que o capitão Watson foi algemado e retirado do navio, ele foi levado à delegacia de polícia local.

O juiz decidiu também por não permitir fiança, devido à fuga de Paul Watson quando esteve sob prisão domiciliar na Alemanha, aguardando extradição para o Japão em 2012. Paul poderia aceitar a decisão do juiz ou recorrer contra a decisão. Paul Watson decidiu recorrer.

‘É uma extrema inversão de valores a polícia internacional e a Dinamarca decidirem ouvir o Governo do Japão, e aprisionar um grande defensor de baleias que nunca feriu ninguém, uma pessoa de 73 anos que doou sua vida à preservação do oceano’ – diz Nathalie Gil, Presidente da Sea Shepherd Brasil, ONG que Paul Watson fundou no Brasil. Ela continua: ‘Paul Watson é preso por fazer parte de uma lista vermelha ao lado de perigosos criminosos, enquanto o Japão segue impune após desacatar um tratado internacional de proibição de caça às baleias por anos, e inaugura mais um barco baleeiro neste ano para seguir matando baleias. O que de fato deveria ser visto como crime nos olhos da lei?’

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