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Brasil é o maior abastecedor do tráfico de onças-pintadas para a China

16 de junho de 2020
2 min. de leitura
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IanZA/Pixabay

Um estudo da Universidade Oxford Brooks, na Inglaterra, revelou a responsabilidade do Brasil no que se refere ao tráfico de onças-pintadas para a China. Publicada no início de junho no jornal cientifico Conservation Biology, a pesquisa mostrou que o país é o que mais abastece os mercados chineses com itens advindos da morte desses animais, como peles. Depois do Brasil vem a Bolívia, o Suriname e a Colômbia.

Na China, esses animais são transformados em remédios controversos sem qualquer comprovação científica em relação à eficácia e também em objetos, feitos com seus dentes, como colares e brincos, além de terem sua pele comercializada.

Entrevistados pelo jornal The New York Times, os pesquisadores envolvidos no estudo analisaram milhares de casos de apreensões de partes de corpos de onças-pintadas em 19 países da China e das Américas do Sul e Central. Um modelo que associa os casos com condições políticas e socioeconômicas de cada país foi elaborado pelos cientistas.

O estudo concluiu que os felinos caçados na América do Sul, como onças-pintadas, pardas e jaguatiricas, são vistas pela medicina tradicional chinesa como substitutas do tigre asiático. Segundo os pesquisadores, 34% das apreensões, que aumentaram conforme os anos se passaram, estão vinculadas à China. A maior parte das operações apreendeu dentes de onças-pintadas.

Ao relacionar questões econômicas, sociais e políticas ao tráfico, a pesquisa descobriu que países com níveis relativamente altos de corrupção, investimento privado chinês e baixa renda per capita registraram de 10 a 50 vezes mais apreensões de partes de corpos de onças-pintadas que os demais países. A pobreza e a corrupção incentivam a população a caçar os animais e traficá-los.

Os cientistas descobriram também que políticas legais de comércio entre os países das Américas e a China podem estar contribuindo para o tráfico de felinos, como acontece na África, onde foi identificado um paralelo entre o crescente investimento de empresas em projetos de desenvolvimento e o aumento do tráfico de leões e leopardos.


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