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Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo e recicla só 1,2%

5 de março de 2019
3 min. de leitura
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O Brasil é o 4º maior produto de lixo plástico do mundo – ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Índia – e recicla só 1,2% do lixo produzido. Os dados são de um estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).

O relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização” será apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 11 a 15 de março. As informações são do portal G1.

Foto: Adneison Severiano/G1 AM

De acordo com a pesquisa, o Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano e cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana. Somente 145.043 toneladas do lixo produzido são recicladas. Outras 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular e 7,7, milhões de toneladas ficam em aterros sanitários. O estudo concluiu ainda que mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no Brasil.

Dentre os maiores produtores de lixo plástico, o Brasil é o que menos recicla. A pequena quantidade de lixo reciclado coloca o país atrás do Yêmen e da Síria e abaixo da média mundial, de 9%.

“O fato de o Brasil está no 4º lugar como gerador de lixo plástico do mundo e reciclar somente 1% é resultado da falta de políticas públicas adequadas que incentivem a reciclagem em larga escala”, explica Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil. “Mas também da adoção de um trabalho conjunto com indústrias para desenvolver novas tecnologias, como plásticos de uso único ou plásticos recicláveis, ou substituir o microplástico de vários produtos. Além da própria sociedade enquanto consumidora porque podemos mudar o cenário de acordo com nossas atitudes do dia a dia”, acrescenta.

A ONG explica que a poluição pelo plástico afeta a qualidade do ar, do solo e também os sistemas de fornecimento de água, já que o produto absorve diversas toxinas e pode levar até 100 anos para se decompor na natureza.

Foto: WWF

Para resolver o problema, as possíveis soluções são destinação correta, reciclagem e diminuição da produção de lixo plástico. Para Lobo, banir canudos e descartáveis é importante, mas é preciso também realizar um trabalho com os estabelecimentos comerciais para que eles não continuem ofertando produtos plásticos e com o consumidor para que ele faça o descarte correto.

Lobo considera que há muitos entraves no Brasil para uma taxa mais alta de reciclagem e um descarte correto do lixo. “Se a gente pensar que nem saneamento básico chegou para todo mundo, imagina a reciclagem. Tem também a falta de estrutura para fazer coleta seletiva em larga escala e a questão da educação ambiental de fazer a separação do lixo. E falta também uma conscientização por paste das empresas de que elas precisam ser responsáveis pelo produto durante todo o ciclo de vida”, comenta.

A curto prazo, uma ideia possível e mais barata é voltar a utilizar embalagens retornáveis, como anunciado pela Coca-Cola e pela Pepsico, que já testam o serviço em alguns países.

Poluição afeta oceanos

Devido à falta de destinação correta do lixo, boa parte dos resíduos plásticos chega aos oceanos. De acordo com a WWF, todos os anos 10 milhões de toneladas do produto contamina os oceanos, o equivalente a 23 mil aviões Boeing 747 pousando nos mares e oceanos anualmente – mais de 60 por dia.

Foto: Pixabay

Se a situação não for revertida, o equivalente a 26 mil garrafas de plástico será encontrado no mar a cada km² até 2030.

“De todo lixo encontrado no litoral brasileiro, a maior parte é plástico. Esse verão do fim de 2018/início de 2019 foi o recordista de animais mortos na costa brasileira – principalmente no litoral de São Paulo – e boa parte dos grandes mamíferos tinham plástico em seus estômagos”, disse Lobo.

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