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Botsuana realiza primeiro leilão de elefantes após liberação da caça no país

11 de fevereiro de 2020
3 min. de leitura
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Para a diretora da organização Humane Society International, Audrey Delsink, “a caça não é uma ferramenta eficaz de controle populacional”


Kirsi Kataniemi/Pixabay

O Botsuana, país africano, vai realizar o primeiro leilão para caçadores de animais de grande porte desde que a lei que proibia a caça foi revogada no ano passado. Serão 70 elefantes leiloados por uma empresa local chamada Auction It, na sede do Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Turismo, localizada na capital Gaborone. Serão sete pacotes com dez elefantes cada, confinados em “áreas de caça controlada”, de acordo com Alice Mmolawa, porta-voz do ministério. A temporada de caça deve começar em abril.

O argumento utilizado por Mmolawa para a realização do leilão é de que a caça pode ajudar as áreas mais afetadas pelo conflito “entre os humanos e a vida selvagem”, em referência aos elefantes que ultrapassam os limites dos parques e chegam às comunidades. Para a diretora da organização Humane Society International, Audrey Delsink, “a caça não é uma ferramenta eficaz de controle populacional”.

As licitações para o leilão já estão abertas e os interessados devem fazer um depósito reembolsável de cerca de 77 mil reais, de acordo com o site Daily Mail (7).

O comunicado oficial sobre o leilão informa que os licitantes devem ter “experiência comprovada de caça aos elefantes” e não ter condenações criminais anteriores por crime contra a vida selvagem.

A decisão do presidente Mokgweetsi Masisi de suspender a proibição da caça, realizada por seu antecessor, Ian Khama, tem a alegação de que o país possui superpopulação de elefantes. O diretor da Conservation Society Kalahari, em Botsuana, Neil Fitt, afirma que esta é uma nova fonte de receita para o país, mas alertou para a prática “adequada e com ética” – como se isso fosse possível ao se matar animais indefesos.

Botsuana possui a maior população de elefantes do mundo com mais de 135 mil animais, cerca de 1/3 do total do continente africano. A maioria dos animais está no Parque Nacional Chobe, um dos principais pontos turísticos do país. Apesar disso, os elefantes são flagrados em aldeias localizadas próximas às unidades de preservação da vida selvagem. Alguns deles derrubam cerca, plantações e, ocasionalmente, matam pessoas.

Quando optou pela proibição da caça, Khama explicou que a prática “representa a mentalidade daqueles que apóiam a exploração da natureza em benefício próprio, o que provocou a extinção de muitas espécies em todo o mundo”. Para ele, permitir a caça poderia desmotivar aqueles que estão envolvidos com o combate à prática ilegal, instruídos a salvar os elefantes dos caçadores, pois o governo autoriza que o mesmo elefante seja morto chamando-o de “caça”.


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