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REINO UNIDO

Boris Johnson defende prisão de ativistas que protestam contra as mudanças climáticas

Classificados como um "incômodo", os ativistas foram atacados por Boris Johnson, que elogiou as ações da ministra do Interior, Priti Patel, por promover "novos poderes para colocá-los na prisão, onde deveriam estar"

7 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Ativista do grupo Insulate Britain presa pela polícia (Foto: Reprodução/Notícias de Londres)

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu a prisão de ativistas que protestam contra as mudanças climáticas. Em Londres, esses grupos têm sido perseguidos pelas autoridades.

Nos últimos dias, os grupos Extinction Rebellion e Insulate Britain paralisaram cidades e bloquearam rodovias e estradas. No final do mês, novos atos devem ser realizados em Glasgow, que sediará a 26a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26) de 31 de outubro a 12 de novembro.

Classificados como um “incômodo”, os ativistas foram atacados por Boris Johnson, que elogiou as ações da ministra do Interior, Priti Patel, por promover “novos poderes para colocá-los na prisão, onde deveriam estar”.

Embora o governo defenda a redução das emissões de carbono, não cessam os ataques aos ativistas – que também são perseguidos pela imprensa britânica conservadora, que os chama de “ecomáfia” e “ambientaidiotas”. Eles são acusados de arriscar vidas por sentar em meio ao trânsito e deitar no asfalto.

Tim Speers, de 36 anos, membro do Insulate Britain, reiterou seu compromisso de não sair das ruas. “Assim que fizerem uma declaração significativa de que começarão a trabalhar, de que alcançarão seus próprios objetivos, vou sair da estrada. Não posso ficar parado enquanto este governo falha completamente com os cidadãos que é obrigado a proteger”, afirmou o ativista à agência de notícias AFP.

Um grupo de ambientalistas foi levado à Justiça após tentar bloquear a construção de um túnel. Um deles, Daniel Hooper, conhecido como “Swampy”, já retornou aos protestos, tendo participado de um ato em frente aos tribunais na segunda-feira (4).

Além dele, britânicos de todas as idades se manifestam pelas ruas. É o caso de Janine Eagling, uma consultora de TI aposentada de 60 anos que faz parte do Insulate Britain. “A situação está pior do que nunca. Estamos emitindo C02 como se não houvesse amanhã e, se continuarmos assim, literalmente não haverá amanhã”, disse.

Ao comentar a luta defendida pelo grupo e a repressão das autoridades, a Insulate Britain argumentou que “atirar no mensageiro não destrói a mensagem: nosso país enfrenta o maior risco da história e nosso governo está falhando conosco”.

Patel, por sua vez, afirmou que não irá tolerar “eco-guerreiros, que atropelam nosso modo de vida e esgotam os recursos policiais”.

As expectativas dos próximos dias estão focadas em Glasgow, que receberá de 50 mil a 100 mil pessoas durante a COP26. De acordo com a polícia escocesa, cerca de 10 mil policiais serão enviados à cidade todos os dias durante duas semanas. As autoridades argumentam que manifestações pacíficas serão aceitas e “protestos ilegais até certo ponto”, mas que medidas serão tomadas “quando o protesto começar a afetar a capacidade de funcionamento da conferência”.

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