A quantidade de borboletas-monarca que estão migrando de regiões do Canadá e dos Estados Unidos em direção ao México aumentou. O dado é positivo: no ano passado, houve uma queda recorde de 75% das espécies.
Ainda assim, continua a preocupação quanto à sobrevivência das borboletas a longo prazo. Mesmo com o crescimento deste ano, os números permanecem abaixo do nível adequado.
As flutuações vistas nas populações de insetos costumam ser normais na natureza, mas no caso das borboletas-monarca, a ameaça pode estar principalmente nas condições climáticas. Ou seja, temporadas mais frias e secas que atingem o Canadá e os Estados Unidos, onde ocorre sua procriação.
Outro fator, segundo o WWF (sigla do grupo conservacionista World Wildlife Fund), é o desmatamento em Michoacan, no México, cujas árvores serviam como um protetor natural das borboletas durante períodos de frio e chuva.
Para contornar o problema, o WWF, companhias privadas, grupos internacionais e o governo mexicano têm atuado no combate ao desmate ao longo dos últimos dez anos, agindo contra serralherias ilegais ou apoiando métodos de plantio.
O especialista em borboletas-monarca e professor de zoologia da Universidade da Flórida (EUA), Lincoln Brower aponta uma série de outras possibilidades para o declínio dos animais. Ele cita a mudança climática, alterações na fórmula de pesticidas e as plantações geneticamente modificadas.
As borboletas-monarca vivem muitos anos e são capazes de fazer a viagem de ida e volta entre Canadá-EUA e México. Brower atualmente investiga se os insetos marcam quimicamente o chão dos lugares que consideram seguro para seguir o trajeto no ano seguinte.
Fonte: Folha de São Paulo