Por Stephanie Feldstein
Traduzido por Giovanna Chinellato (da Redação)
Enquanto a maior parte dos EUA tem seus olhos voltados para o vazamento de óleo no Golfo do México, os estados do sul foram afetados por tempestades e enchentes que causaram a morte de 28 pessoas e deixaram o Grand Ole Orpry House debaixo d’água. Recentemente, quatro municípios no Tennesse foram declarados área de desastre nacional.
As inundações pegaram as pessoas de surpresa, e os animais ficaram no segundo plano, como no caso do furacão Katrina. Como as zonas de inundação ficaram nas sombras do derrame de óleo em manchetes, os animais acabaram esquecidos em uma caverna bem profunda e escura. Um leitor do Tennesse, Robin R. Williams, escreveu: “Na lista de abrigos de emergência citados, poucos aceitam animais, e só o fazem muito tardiamente. Será que ainda não aprendemos nada?”
A Pets Evacuation and Transportation Standards (PETS) Act, lei aprovada em 2006, supostamente requer que as comunidades integrem os animais em seus planos de resposta a emergências. A legislação pós-Katrina foi aprovada para garantir a preocupação com abandono de animais e fatalidades em situações de desastre, pois muitas pessoas costumam deixar seus animais para trás. Baseado em relatórios vindos da área, não vi ainda muitas evidências de que o governo do Tennessee vá habilitar a PETS para atuar dessa vez. Apesar da notável falta de tentativas de resgate do governo, indivíduos independentes se ergueram para certificarem-se de que os animais em suas comunidades fiquem bem.
Sociedades humanitárias locais receberam levas de animais sem lares devido às enchentes, e alguns tiveram de esvaziar seus abrigos, forçando-os a mandar animais para casas temporárias até que o nível da água abaixe. Quando 30 a 40 animais tiveram de sair do Precious Friends Puppy Rescue, Keith Fain da Industrial Machine e Fabrication ofereceu seu terreno para dar-lhes um local seco para ficar. Trabalhadores da Clarksville Gas & Water ajudaram a transportar e alojar os animais.
O professor Ricard Browning, da Universidade do Tenessee, quase morreu tentando salvar cabras e cães de uma fazenda alagada de 90 acres no campus. Ele e voluntários foram à fazenda no sábado para instalar os animais em locais mais altos, porém, dentro de minutos, Browning estava remando em águas de seis pés de altura. Ele conseguiu nadar até uns montes de feno, mas, assim que ele saiu da água, a hipotermia decidiu agir. Quando seu time pediu ajuda, o presidente da universidade apareceu com um barco e resgatou Browning. O professor diz não se lembrar do resgate, mas na terça ele estava voltando à fazenda para se certificar de que os animais estejam bem.
As águas da inundação trouxeram animais selvagens para o meio urbano, também. Bob Grietens, residente do Tennessee, salvou um bebê lontra que ficara preso numa cerca. “Comecei a me aproximar e a mãe veio mais perto e começou a gritar e as outras lontras gritaram e todos gritaram”, ele disse. O bebê estava tentando mordê-lo, mas ele persistiu e eventualmente cortou arames o suficiente para libertá-lo.
Graças a esses bons samaritanos, os animais do Tennessee poderão, espera-se, sobreviver a essa inundação com perdas mínimas. É óbvio que o destino dos animais em desastres importa às pessoas, só precisamos agora do governo ajudando nos esforços de resgate.
Fonte: Animals Change