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DENÚNCIA

Boi ferido em navio de exportação expõe crueldade da indústria: ativistas denunciam maus-tratos e exigem fim do comércio de animais vivos

8 de agosto de 2025
Patricia Aguiar, Diretora Executiva do Coletivo Ecossistema e líder do Movimento Nacional Pelo Fim das Exportações de Animais
3 min. de leitura
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Foto: Melina Prestes

Há poucos dias a página @naoexportevidas , postou um vídeo feito pela ativista Melina Prestes, @melinaprestes, de um boi visivelmente exausto e, provavelmente, com uma de suas patas quebradas.

Este boi estaria embarcando no navio RAMI M, em um total de 6.800 bois. Muito provavelmente, devido a seu estado, ele foi “descartado “. Não sabemos qual foi seu destino final, voltar p fazenda de onde saiu (muito improvável) ou simplesmente executado e jogado seus restos mortais na máquina de “moer” que existe dentro dos navios, própria para este fim, pois milhares de animais não resistem a cruel viagem de 20 dias em alto mar.

Estes animais passam por longas horas de viagem em pé, dentro dos caminhões, por cerca de 2 a 6 dias, por não haver espaço útil para descansar. Muitos sofrem fraturas devido à solavancos e freadas do caminhão, pois não conseguem segurar o próprio peso e, podem ser pisoteados e esmagados por outros animais.

Foto: Melina Prestes

Após esta cruel viagem, os que resistirem, continuarão seu martírio em alto mar. Em navios superlotados com cabines minúsculas, pouca ventilação, alimentos e água em uma viagem que pode durar até 30 dias. Milhares não resistem.

As empresas exportadoras de animais vivos já estimulam um cálculo de 10% de perda de animais durante a viagem.

Ativistas de diversas partes do País e do mundo lutam há vários anos contra esta prática pecuarista cruel e insana. Uma prática que vai totalmente contra nossa Constituição, no que diz respeito aos maus tratos com os animais e fere o artigo da Constituição Federal que trata da proteção aos animais e, implicitamente, da proibição de maus-tratos, que é o artigo 225, § 1º, inciso VII. Este artigo estabelece que o Poder Público tem o dever de proteger a fauna e a flora, vedando práticas que coloquem em risco suas funções ecológicas, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade, informa o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Além do artigo 225 da Constituição, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), em seu artigo 32, criminaliza atos de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Portanto, a proteção aos animais e a proibição de maus-tratos são garantidas tanto pela Constituição Federal quanto pela legislação infraconstitucional, como a Lei de Crimes Ambientais.

Esta prática é antiética, visto os animais serem seres sencientes passíveis de dor e sofrimento. Ser antieconômica, pois pecuaristas são isentos de pagamento do ICMS devido a Lei Kandir e é uma prática antiecológica, além dos dejetos deixados pelos animais nas ruas, estradas e cidades por onde passam, existe o mal cheiro intenso e o enorme risco de um novo acidente ambiental como o ocorrido em Barcarena em 2015.

Foto: Leila Abreu

No caso do animal ferido em 23 de julho deste ano, foi aberto Boletim de ocorrência por diversos Ativistas. Claro, é evidente que nada mudará. Hoje, o navio GUENA já se encontrado atracado no Porto de São Sebastião para exportar cerca de 20 mil bois.

As Exportações com animais vivos continuam, pecuaristas continuam a faturar em cima destas vidas e o Governo brasileiro NADA faz para mudar o destino cruel destes animais.

Enquanto isto, nós, Ativistas independentes, ONGs e Instituições de proteção animal, continuamos nossa luta em defesa destes seres sencientes. Seja manifestando nas ruas, virtualmente, cobrando parlamentares, fazendo petições, gritando nosso repúdio e revolta, derramando lágrimas , não desistiremos de lutar por estas milhares de vidas… PELO FIM DAS EXPORTAÇÕES DE ANIMAIS VIVOS!

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