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TECNOLOGIA

Biopainel de algas marinhas gera energia e absorve CO2 da atmosfera

Esses painéis também têm a capacidade de reter calor da água, que pode ser “colhido”, assim como a biomassa produzida através das algas

24 de julho de 2022
3 min. de leitura
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Foto: de Martin Dawson no Unsplash

A startup mexicana Greenfluidics vem desenvolvendo janelas de biopainéis solares feitas a partir de algas marinhas desde 2017 com o objetivo de gerar energia ao mesmo tempo que limpa o ar. A tecnologia, criada a partir de nanotecnologia e microalgas, é chamada de Intelligent Solar Biopainel e será lançada na segunda metade de 2022 pela empresa.

O conceito original da Greenfluidics é de instalar esses painéis em prédios que serão quase inteiramente autossustentáveis, energeticamente falando.

Porém, a ideia do uso de algas na fachada de prédios para um projeto sustentável não é inteiramente nova. Em 2013, por exemplo, em conjunto com a empresa de engenharia Arup, a Splitterwerk Architects criou um edifício de demonstração em escala real feito de painéis de biopele de algas chamado de BIQ.

Os painéis do BIQ também são multifuncionais. Eles trabalham principalmente na captura de CO2, que é feita com a ajuda das algas, que absorvem o gás e a luz solar. Essa absorção promove a fotossíntese e, consequentemente, a produção de oxigênio.

Esses painéis também têm a capacidade de reter calor da água, que pode ser “colhido”, assim como a biomassa produzida através das algas. Essa biomassa é filtrada, recolhida e reprocessada em um biocombustível que é utilizado no sistema de água quente do prédio. Assim, o BIQ é capaz de cobrir um terço de suas necessidades de energia para aquecimento, de modo sustentável.

Além disso, os painéis fornecem sombra para o prédio, esfriando-o e diminuindo o uso de energia em sistemas de ar-condicionado.

Diferentemente dos painéis do BIQ, o biopainel da Greenfluidics não conta com a produção de biomassa para a geração de energia. Eles contam com um sistema de nanofluidos, nanopartículas de carbono que são recicladas e adicionadas à água, aumentando a condutividade térmica e melhorando a captura de calor. Com ajuda de um gerador termoelétrico, o calor é convertido em energia que é diretamente direcionada para o prédio, similarmente aos painéis solares convencionais.

De acordo com a empresa, cada biopainel é capaz de gerar até 328 kWh/m² por ano, além de economizar até 90 kWh/m². Por outro lado, a presença das algas também ajuda na qualidade do ar, os biopainéis são capazes de mitigar cerca de 200 kg de CO2 por ano.

Promovendo um sistema de economia circular, os biopainéis da Greenfluidics apresentam diversas vantagens dentro da geração de energia. Entretanto, ainda existem algumas questões importantes a serem levantadas, como a vida útil dos painéis e os possíveis empecilhos da criação de algas perto das tubulações de um prédio.

O BIQ, por exemplo, não funciona durante o inverno. Portanto, não se sabe o potencial dos biopainéis em temperaturas baixas e sem incidência solar direta ou se eles têm a capacidade de funcionar em vários climas.

Por outro lado, economicamente falando, é necessário entender a viabilidade desse projeto. Seus possíveis custos, sua instalação e a sua capacidade em comparação a outros tipos de energia renovável.

Fonte: Ecycle

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