Cientistas da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e do grupo Bioma estão em Mocajuba, no nordeste do Pará, para avaliar a saúde dos botos que visitam o Mercado Municipal todas as manhãs e são alimentados por moradores. A interação entre humanos e os animais tornou-se uma atração turística na área e está preocupando biólogos e veterinários.
A presença frequente de botos nas proximidades do mercado ocorre porque os animais encontram comida facilmente, fornecida por visitantes e trabalhadores do mercado. No local, um mirante foi construído para facilitar a observação desses mamíferos.
Os botos catalogados são da espécie boto-do-Araguaia (Inia araguaiaensis), que habita a bacia Araguaia-Tocantins, abrangendo os estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Eles estão na lista de espécies ameaçadas.
O estudo teve início neste sábado (20/07) e continuará até o mês de agosto. Eles realizarão um levantamento da saúde dos botos, abrangendo aspectos fisiológicos, vocalização e biologia. A equipe é composta por professores e estudantes de pós-graduação.
“Iremos avaliar a interação com os botos como possível indicador de impactos para saúde humana e dos animais, já que o tema principal da pesquisa está dentro do Contexto da Saúde Única”, explica Angélica Rodrigues, bióloga do Bioma.