Sem antecessores vivos à superfície, o pseudo-escorpião de cerca de dois centímetros, que só existe nas grutas do Algarve, é apontado como “um gigante” já que o tamanho destes animais oscila, normalmente, entre um e cinco milímetros, explica a bióloga.
A descoberta, que confere um maior grau de interesse à fauna cavernícola portuguesa, revela uma informação evolutiva importante já que o pseudo-escorpião evoluiu para características como “não ter olhos, ter patas grandes, e um extremo alargamento das pinças”, acrescenta Reboleira.
Publicada há duas semanas em revistas científicas especializadas em zoologia – Zootaxa – a descoberta de Sofia Reboleira (descrita com Juan Zaragoza) oficializa a descoberta de uma nova espécie de escaravelho cavernícola encontrado nas grutas do Montejunto (Cadaval).
Denominado “Trechus Tatai” o escaravelho descoberto por Sofia Reboleira e descrito por Vicente Ortuño (da Universidade de Alcalá, em Madrid) aumenta para quatro o número de espécies de escaravelhos cavernícolas (três dos quais descobertos pela bióloga). “Vive exclusivamente ali, é despigmentado e tem os olhos muito reduzidos”, descreve Reboleira, sublinhando a raridade do escaravelho cuja sobrevivência depende da matéria orgânica arrastada pelas águas para o subsolo e para o qual “a poluição e destruição de grutas significa perigo de extinção”.
A descoberta das espécies ocorreu durante o trabalho de campo no âmbito do doutoramento de Sofia Reboleira, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (faculdade de biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).
Fonte: TVI24