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Bióloga alerta para morte de aves contra painéis

22 de julho de 2009
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A bióloga Helena Freitas criticou hoje a Estradas de Portugal (EP) pela falta de uma solução para evitar a morte de pássaros decorrente do choque contra os painéis acústicos da Ponte Rainha Santa Isabel, em Coimbra.

A EP, contactada pela Agência Lusa, afirma que, num levantamento efetuado durante duas semanas, o número total de aves encontradas mortas foi “inferior a 12”. O primeiro alerta para a situação foi feito há cerca de seis meses pela bióloga, que dirige o Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra e foi Secretária do Meio Ambiente do município.

“Só por alguma birra é que não respondem positivamente à questão”, disse, em declarações à Lusa, referindo-se a cartas que dirigiu ao diretor regional de Coimbra da EP, com recomendações técnicas e a monitorização das aves encontradas mortas efetuada por um aluno da Faculdade de Ciências.

Helena Freitas frisa que “os pássaros continuam morrendo” e que naquela monitorização, realizada mensalmente, têm sido encontradas várias espécies, entre as quais o pardal, a andorinha, o melro e o mocho galego.

“São espécies que, apesar de não estarem protegidas por lei, deviam ser protegidas por todos nós”, sustentou, sublinhando que a imagem de uma ave de rapina colada nos painéis, transparentes, não chega para que os pássaros percebam a tempo de evitar o choque.

Através do Gabinete de Comunicação Institucional, a EP informa que “procedeu uma passagem diária, durante duas semanas, para efetuar uma contabilização do número de aves que efetivamente batia nas barreiras provocando a sua morte”.

“A EP vai continuar a analisar a situação e caso seja necessário e se justifique serão estudadas novas medidas a aplicar”, sustenta a empresa.

Na opinião de Helena Freitas, a EP “não considera o assunto relevante e entende que a lei não está sendo infringida”.

“Devemos proteger a natureza, que é um processo de aprendizagem em meio urbano, em todas as circunstâncias e não apenas quando a lei obriga”, declarou.

A EP garante que as barreiras acústicas existentes entre a Ponte da Portela e a Ponte Rainha Santa Isabel, metálicas e acrílicas, “enquadram-se de forma harmoniosa com o espaço envolvente, não provocando aos usuários da via e residentes a sensação de emparedamento que uma barreira completamente opaca provocaria”.

Mas a bióloga da Universidade de Coimbra afirma que bastariam “soluções técnicas relativamente simples e que não obrigam a grande esforço financeiro” para se evitar que os pássaros continuem morrendo.

“Basta cortar a vegetação na zona e introduzir pequenos corretivos nos painéis, para permitir que possam ser vistos a tempo de serem evitados pelos pássaros”, disse.
Fonte: DN Ciência

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