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MEIO AMBIENTE

Biodiversidade: o que é, importância e exemplos no Brasil

Saiba mais sobre a biodiversidade brasileira, sua relevância para a vida humana e entenda a importância de preservar os ecossistemas

1 de junho de 2023
Por Redação
6 min. de leitura
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Onça no Pantanal, um dos biomas brasileiros
Foto: Getty Images

Você sabia que o Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta? Essas espécies estão espalhadas por seis biomas terrestres e por três grandes ecossistemas marinhos.

Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) apontam que o País tem mais de 116 mil espécies animais e mais de 46 mil espécies vegetais conhecidas, além de uma costa marinha de 3,5 milhões quilômetros quadrados. Com 20% do total de espécies do mundo sendo encontradas em terra e água brasileiras, essa rica biodiversidade é fonte de recursos para o País.

Mas, para assegurar a conservação dessas espécies nativas da fauna e flora, a especialista em biodiversidade do Instituto Socioambiental (ISA), Nurit Bensusan, destaca a importância da educação ambiental e da sustentabilidade.

O que é biodiversidade e qual a sua importância?

A biodiversidade é a totalidade de espécies em si e a interação entre elas, incluindo a variabilidade genética dentro de cada espécie e a diversidade de ecossistemas.

“A biodiversidade é a variabilidade de organismos vivos, entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie. Compreende também a diversidade de ecossistemas terrestres e aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte”, destaca a bióloga Nurit Bensusan, em entrevista ao Terra.

Segundo a especialista, a palavra biodiversidade ganhou fôlego a partir da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), que é uma das principais convenções assinadas na Rio-92. Antes disso, as pessoas usavam mais o termo natureza.

“Essa convenção tentou dizer que toda diversidade que existe, em todas as formas de organização da vida, tudo isso é biodiversidade”, acrescentou.

De acordo com Nurit é a diversidade biológica do planeta que permite aos organismos lidarem com as diversas mudanças do ambiente.

“E por que a biodiversidade é importante para nós humanos? Porque é a biodiversidade desse planeta que o transforma em um ambiente convidativo para nós. Ou seja, um planeta que tem clima razoável, disponibilidade e qualidade de água, solos férteis, pulverizadores, controle razoável de pragas e doenças. Você tem um conjunto de serviços que essa biodiversidade oferece para gente gratuitamente”, explica.

Quais são as ameaças à biodiversidade?

Nurit detalha quais são as ameaças à biodiversidade, ou seja, a essa multiciplicidade de seres vivos que existem e interagem entre si. São elas:

  • Degradação ambiental;
  • Mudanças climáticas;
  • Desmatamento;
  • Poluição;
  • Contaminação das águas;
  • Espécies invasoras – sejam aquelas introduzidas em habitat não natural ou aquelas que se locomovem de um local para outro.

Segundo a bióloga, à medida que destruímos a natureza, eliminamos também o serviço que a diversidade biológica oferece.

“Além disso, é a diversidade que possibilita que haja uma adaptação possível para novas condições, por exemplo, a uma mudança climática. A biodiversidade não é só aquele animal ou aquela planta, são também as diversas relações entre eles. A floresta é um coletivo de relações, e quando você mexe em uma das relações tem um efeito dominó, onde tudo mundo se dá mal”, destaca.

Biodiversidade no Brasil

As diferentes zonas climáticas do Brasil favorecem a formação de biomas, como a Floresta Amazônica, o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, os campos dos Pampas e a Mata Atlântica. Veja a seguir como se divide a biodiversidade no Brasil.

Floresta Amazônica
Foto: Getty Images

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical úmida do mundo e o maior bioma do Brasil, ocupando um território de 4.212.472 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o bioma abriga 73% das espécies de mamíferos, e 80% das aves, de um total de mais de 120 mil espécies de animais existentes no Brasil.

Cerrado 

Cerrado
Foto: Getty Images

O Cerrado tem como característica principal suas savanas e bosques. De acordo com o MMA, este é o segundo maior bioma da América do Sul, está presente em todas as regiões brasileiras, e ocupa uma área de 1.983.017 km². Nele, encontram-se nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que o faz ter um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.

Mata Atlântica

Mata Atlântica
Foto: Getty Images

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Mata Atlântica é uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade. O bioma é composto por formações florestais nativas e ecossistemas associados (como manguezais, vegetações de restingas e campos de altitude). Segundo o IBGE (2019), o bioma ocupa 1,1 milhões de km² em 17 estados do território brasileiro. Mas, devido às atividades humanas na região, atualmente restam cerca de 29% de sua cobertura original (Funcate, 2015).

Pantanal

Pantanal
Foto: Getty Images

Com a maior planície inundável contínua do Planeta Terra, o Pantanal ocupa 1,8% do território nacional (IBGE, 2019) e está em parte dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As tipologias de vegetação do cerrado são predominantes neste bioma, onde há também vegetação semelhante à caatinga e pequenas áreas com florestas.

Caatinga

Caatinga
Foto: Getty Images

A Caatinga ocupa uma área de cerca de 862.818 km², o equivalente a 10,1% do território nacional (IBGE, 2019). Exclusivamente brasileiro, é o principal bioma da região nordeste. Segundo o MMA, os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de ambientes e espécies, tratando-se do bioma semi-árido mais biodiverso do mundo.

Pampa

Pampa
Foto: Getty Images

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul. O bioma ocupa uma área de 193.836km² (IBGE, 2019) e tem paisagens naturais variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas.

Como proteger a biodiversidade?

Segundo Nurit, a biodiversidade só será protegida quando a sociedade mudar sua forma de viver, e eliminar o grau de exploração que vemos hoje, seja para minerais usados na produção de computadores ou de joias, por exemplo. Ou, ainda, no agronegócio que não preserva a natureza.

De acordo com a especialista, a educação ambiental nas escolas é fundamental para proteger a biodiversidade. Neste caso, o governo deve promover mais investimentos à educação, que garantam um ensino de qualidade voltado à temática.

“Se temos alguma esperança está na educação, não temos outra saída. E para isso é preciso que os professores tenham bons salários, caminhos e formas de ensinar isso aos alunos nas instituições de ensino”, conclui a bióloga.

Fonte: Terra

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