De acordo com dados recentes, 61% do óleo de palma importado pela UE (União Europeia) é usado na produção de biodiesel e para gerar eletricidade. Produzir esses combustíveis gera um impacto horrível, com uma estimativa de cem mil orangotangos mortos nas plantações de palmas em Bornéu (Indonésia). A UE está atualmente revisando sua política de biocombustíveis, agora é a hora mais oportuna de se pedir uma proibição total.
As florestas tropicais do mundo estão sendo destruídas por monoculturas industriais de produção de etanol e biodiesel que acabarão em nossos tanques de combustível. Longe de ser um combustível “verde”, a produção de biocombustíveis libera incontáveis toneladas de carbono na atmosfera.
Estudos feitos a pedido da Comissão Europeia alertam que a produção e o uso de biodiesel de óleo de palma resultam em três vezes mais emissões de carbono do que o diesel fóssil. O biodiesel de colza e soja também tem uma pegada de carbono maior do que a do diesel fóssil.
São necessários 8,8 milhões de hectares, uma área maior do que toda a ilha da Irlanda, para satisfazer a demanda da UE por biocombustível. 2,1 milhões de hectares de plantações de óleo de palma no sudeste da Ásia são dedicados à produção de biodiesel para a UE.
Para que estas plantações existam são destruídos os habitats de orangotangos, elefantes da floresta, tigres e rinocerontes. Em Bornéu, mais de cem mil orangotangos perderam a vida nos últimos 16 anos.
Foram importadas pelos países da UE em 2017, 7,7 milhões de toneladas de óleo de palma, o valor mais alto desde sempre. Nada menos que 61% do óleo de palma importado para a UE é usado para energia, 51% (4,3 milhões de toneladas) são misturados ao diesel, enquanto 10% (0,8 milhão de toneladas) são usados para gerar eletricidade e calor.
Em 2017, o Parlamento Europeu votou por maioria esmagadora a suspensão das importações de óleo de palma e a produção de biocombustível a partir de óleos vegetais tropicais. A Comissão Europeia foi convocada a proibir o uso de óleo de palma para biocombustíveis até 2020, o mais tardar.
Surge uma oportunidade de parar com os efeitos desastrosos que os biocombustíveis causam. A Comissão Europeia, o Parlamento e o Conselho de Ministros estão justamente debatendo o futuro da bioenergia na UE nos anos que antecedem a 2030. Vários grupo de defesa do meio ambiente têm apelando incansavelmente à UE para que abandone a sua política de biocombustíveis trágica e mal orientada.