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Bilhões de fragmentos plásticos no Mediterrâneo ameaçam vida marinha

30 de dezembro de 2010
2 min. de leitura
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Grupo de pesquisadores encontrou pedaços microscópicos
de plástico em 90% das amostras coletadas

Imagens como esta são comuns no mar Maditerrâneo. Foto: Getty Images

Cerca de 250 bilhões de pedaços microscópicos de plástico flutuam no mar Mediterrâneo, representando uma ameaça à biodiversidade marinha, que reverbera na cadeia alimentar, segundo estimativas de especialistas.

A estimativa foi feita por biólogos marinhos da França e da Bélgica, que analisaram amostras de água coletadas em julho na costa da França, do norte da Itália e da Espanha a uma profundidade de 10 a 15 centímetros.

“As estimativas grosseiras são de que haja uns 250 bilhões microfragmentos em todo o Mediterrâneo”, explicou François Galgani, do Instituto Francês de Exploração do Mar (Ifremer).

O número corresponde a 4.371 minúsculos pedaços de plástico – com peso médio de 1,8 miligrama – encontrados nas amostras, “que superam, grosso modo, as 500 toneladas em todo o Mediterrâneo”, disse Galgani.

Noventa por cento das amostras, coletadas por voluntários da Expedição Mediterrâneo em Perigo (MED, na sigla em inglês) em um iate de 17-metros, continham estes fragmentos.

A amostragem cobriu apenas as águas superficiais e deu apenas um avaliação preliminar. Coletas futuras, na costa de Gibraltar, Marrocos, Argélia, Tunísia, Sardenha e sul da Itália serão feitas em 2011 para uma análise mais abrangente.

Pequenos fragmentos plásticos são uma ameaça permanente no mar, pois se misturam ao plâncton, sendo então ingeridos por pequenos peixes que são comidos por predadores maiores, explicou a Expedição MED.

Há evidências acumuladas dos danos que isto provoca a maiores formas de vida marinha, inclusive focas e tartarugas.

“A única solução é conter os microfragmentos nas fontes”, disse o integrante da Expedição MED, Bruno Dumontet.

O grupo está lançando uma petição online para exigir da União Europeia (UE) o estabelecimento de regras sobre o descarte e a biodegradabilidade de bens de consumo.

Fonte: IG/AFP

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