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Bicentenário de Charles Darwin

11 de fevereiro de 2009
3 min. de leitura
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Por Fátima Chuecco  (da Redação)

A Teoria do Homem-Macaco Bicentenário de Charles Darwin

Dia 12 de fevereiro comemora-se o Bicentenário de Charles Darwin que, como todos sabem, é o pai da Teoria Evolucionista, aquela que propõe que homens e demais primatas possuem um mesmo ancestral em comum, o Homo sapiens. Como Darwin foi, durante boa parte de sua vida, um homem bastante religioso, relutou em revelar que o ser humano originou-se do macaco. O Homo sapiens, segundo seus estudos, teria dado origem a pelo menos duas espécies de primatas: o humano e o chimpanzé. Fósseis de uma espécie meio humana e meio chimpanzé, como o da famosa Lucy, encontrada na Etiópia e que viveu há 3,5 milhões de anos, reforçaram a teoria que até hoje é a mais aceita em todo o mundo.
No entanto, novas ferramentas de pesquisa, como o mapeamento do DNA das espécies e o esboço do genoma humano, têm mostrado falhas em algumas conclusões darwinistas. De fato, humanos e chimpanzés compartilham cerca de 99% do DNA mas, por outro lado, há trechos de DNA de cobra em bois. Como genes de um réptil teriam migrado para uma espécie de mamífero? A Nova Ciência aponta o vírus – a mais primitiva forma de vida, porém com sistema de sobrevivência extremamente inteligente e adaptável que seria capaz de promover mudanças entre espécies, algumas benéficas para sua evolução e outras promotoras de sua extinção… Como pode ter ocorrido, por exemplo, com os dinossauros.
Em função das novas teorias, a famosa Árvore da Vida de Darwin está sendo substituída pela Teia da Vida, em que micro-organismos ganham participação especial para explicar a evolução das espécies, incluindo a do próprio homem. Antigamente aprendia-se nas escolas que a vida se dividia em reinos animal e vegetal, rodeados por um terceiro reino: o mineral. Agora há de se respeitar o grupo formado pelas bactérias e vírus. Conforme as novas correntes científicas, humanos e chimpanzés tiveram de fato um ancestral em comum, mas o salto da evolução humana à frente de outros grandes primatas pode ter decorrido de um ataque viral que causou em nossa espécie alterações genéticas benéficas.
A maior contribuição de Darwin: a expressão das emoções nos animais
De todo o legado de Darwin há de se ressaltar que ele conseguiu mostrar que o homem não era o centro da Criação e que todas as espécies tinham seus sistemas de conduta, sociedades complexas, formas de comunicação e igual importância no nosso planeta. Copérnico deu semelhante contribuição quando provou que a Terra também não era o centro do Universo, mas apenas mais um planeta a girar em torno do Sol.
Esse conceito foi de profunda importância para o surgimento de correntes filosóficas ou científicas acerca da presença da inteligência e emoções nos demais animais. No livro A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, última obra de Darwin, escrita em 1872, percebe-se o quanto esse cientista era realmente um visionário, com uma mente muito evoluída para sua época. Há imagens de diversos animais expressando dor, medo e alegria. Há registros de centenas de horas de observação, em que Darwin constata que as demais espécies compartilham sentimentos e sensações que antes pensava-se serem exclusivos dos humanos.
Num trecho ele diz: “Se fazemos cócegas nas axilas de um chimpanzé ouvimos um som nítido de cacarejo ou risada. Quando fazemos cócegas num orangotango ele também mostra os dentes e vemos uma expressão que podemos chamar de sorriso”. E: “Um macaco de Bornéu vendido para um zoológico foi visto diversas vezes chorando e lágrimas descendo pelo seu rosto”. “Babuínos demonstram raiva batendo no chão com uma das mãos, exatamente como um homem furioso faz batendo na mesa com o punho”. E por fim: “Os traços faciais e gestos de um macaco quando provocado ou afagado são quase tão expressivos quanto o dos humanos”. Tudo isso foi escrito há 137 anos. Tudo bem que Darwin não tenha sido perfeito em suas teorias porque, de qualquer forma, ele foi um homem à frente de muitas gerações.

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