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AMOR

Bezerra tratada como membro da família ajuda tutora a enfrentar depressão

Embora tenha sido adotada há pouco tempo, a bezerra Pipoca já se apegou à nova tutora, provando que todo animal gosta de ser tratado com carinho e respeito

12 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

Pipoca, uma bezerra de seis meses de idade, tornou-se o porto-seguro da advogada Otacília Brito, de 24 anos. Vegetariana, ela sempre quis adotar uma vaca e foi em Pipoca que encontrou um motivo para vencer dias difíceis. Juntas desde 9 de setembro, a bezerra vive no quintal da casa da advogada em Boa Vista, no estado de Roraima, desde que a mãe de Otacília a levou para seu novo lar.

“Minha mãe sempre faz viagens pelo interior, então ela conhece muitas pessoas que criam esses animais e surgiu a oportunidade de trazer a Pipoca. Eu nunca tinha ido atrás, pois não queria comprar. Sou totalmente contra a compra de animais, e a minha intenção sempre foi resgatar mesmo. Pegar um animal que serviria de uso de consumo, ou uma vaca que serviria para indústria leiteira”, contou ao G1.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

No início, Pipoca rejeitava a aproximação da tutora, mas logo entendeu que ela estava ali para lhe dar amor. “A criação que ela tinha era solta em um pasto e, o único contato com seres humanos era uma coisa distante, onde alguém ia lá enxotá-la de um lugar para outro, fazer a criação de abatedouro e ela não estava acostumada com uma criação mais próxima”, contou.

“Eu tocava nela e ela achava ruim. Levei algumas cabeçadas no início. Nunca cheguei a levar um coice, mas ela tentou no começo. Foi uma semana até ela entender que eu não era uma inimiga. Passávamos bastante tempo juntas. Ela vinha para dar uma cabeçada, e eu segurava a cabeça dela para fazer carinho. Foi todo um processo de estabelecer uma confiança dela em mim”, acrescentou.

Mas não foi só Pipoca que se transformou após a adoção. Isso porque a vida de Otacília também mudou completamente. “Eu tenho um processo longo de depressão e isso faz a gente querer se isolar, querer se trancar. A Pipoca me obrigou a ter que sair de dentro do quarto para fora, que é onde ela fica. Todo o dia de manhã, quando eu acordo, vou pra fora ficar com ela. Pego sol e passamos um tempo juntas”, relatou. “Estabelecer essa relação de confiança com ela me ajudou muito a entender relações de confiança em geral, com seres e até com pessoas que estão traumatizadas, que têm certa vulnerabilidade”, completou.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

Embora tenha sido adotada há pouco tempo, Pipoca já se apegou à nova tutora, provando que todo animal gosta de ser tratado com carinho e respeito. “Hoje em dia, na hora que me vê abrindo o portão, se ela estiver em qualquer lugar, vai direto para o lugarzinho onde eu costumo fazer carinho nela. Quando eu sento, ela já chega, fica esfregando a cabeça, me lambendo, e se esfrega em mim”, contou Otacília.

Para a tutora, Pipoca tem o papel de representar que o amor por animais não precisa ser restrito aos cães e gatos. “Quando me tornei vegetariana, percebi que vacas são tão dignas de carinho e tão merecedoras de respeito como qualquer outro animal que as pessoas geralmente criam. A partir disso, eu sempre tive esse sonho de ter uma vaquinha, um porquinho, um carneirinho, algum bichinho desses que as pessoas usam como animais de consumo”, concluiu.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

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