A Bélgica se tornou oficialmente o 7º país no mundo e o 4º na Europa a promulgar uma proibição permanente de delfinários, aquários que exploram exclusivamente golfinhos. Esta decisão histórica é uma vitória significativa para a ONG Global Action in the Interest of Animals (GAIA), que há mais de 30 anos lidera a luta para acabar com a captura da espécie.
Seguindo o exemplo das regiões da Valônia e Bruxelas, o Ministro do Bem-Estar Animal de Flandres, Ben Weyts, anunciou hoje que a região implementará uma proibição permanente e irreversível de delfinários.
Para a GAIA, essa conquista representa o auge de décadas de advocacia, iniciadas na década de 1990 com o apoio de figuras renomadas como a etóloga Jane Goodall e Richard O’Barry, um ex-treinador e agora um ativista dedicado contra a captura de golfinhos.
“Este é um momento histórico para todos os ativistas dos direitos animais. Pôr fim à captura desses animais sensíveis e inteligentes não é apenas um avanço para o bem-estar animal, mas também um forte recado à sociedade: os animais não devem sofrer para nosso entretenimento, e o cativeiro não tem lugar no mundo moderno. Os delfinários precisam aceitar isso”, afirma Michel Vandenbosch, presidente da GAIA.
Com essa decisão, a Bélgica junta-se a países como Índia, Costa Rica, Chile, Croácia, Eslovênia e Chipre, que já implementaram proibições rigorosas contra a captura de golfinhos.
Boudewijn Seapark, o último delfinário da Bélgica localizado em Bruges, deverá encerrar permanentemente suas atividades e acabar com a captura de golfinhos até, no máximo, 2037. No entanto, o Ministro do Bem-Estar Animal Ben Weyts informou à GAIA que esse fechamento deve ser realizado muito antes.
Como gesto de colaboração, a GAIA propôs transferir os últimos golfinhos remanescentes do Boudewijn Seapark para um santuário, como o planejado santuário marinho na ilha grega de Lipsi, ou para outra instalação adequada que ofereça condições dignas e semi-naturais de vida para esses golfinhos.