Conhecidos como grandes acrobatas aéreos, os beija-flores, aves que se destacam pela beleza, agilidade e energia, têm uma das habilidades de voo mais impressionantes do reino animal. Pequenos em tamanho, mas gigantes em desempenho, esses pássaros são capazes de pairar no ar, voar para frente, para trás e até mesmo de cabeça para baixo, graças à estrutura única de suas asas e à força de seus músculos peitorais. Essas características impressionaram projetistas de robôs, em especial aqueles que estudam o uso de drones.
Diferente das demais aves, que movem suas asas para cima e para baixo, os beija-flores desenham um padrão em forma de “oito” enquanto batem as asas. Isso permite maior sustentação em ambas as direções, permitindo um voo estacionário, o que facilita a absorção do néctar das flores com precisão. Suas asas batem entre 50 e 80 vezes por segundo, dependendo da espécie, tornando-os verdadeiros mestres da aerodinâmica.
O professor de biologia e diretor do Flight Lab da Universidade de Montana, Bret Tobalske, explicou ao The New York Times que graças à essas características, “os beija-flores são os melhores voadores que existem, sendo manobráveis e capazes de pairar indefinidamente”.
Há alguns anos, empresas já trabalham na construção de robôs beija-flores. Um dos mais famosos é o NanoHummingbird, desenvolvido pela AeroVironment, com financiamentos da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA).
Há algum tempo, design de aeronaves são influenciados pelo voo dessas aves. Além disso, laboratórios de voo estudam diferentes tipos de criaturas, como mariposas-falcão, libélulas, morcegos e também beija-flores como forma de examinar o que está por trás das suas habilidades de voo para construir máquinas melhores. A maior parte desse trabalho é financiado por agências de defesa.
Um grande exemplo é o Laboratório de Voo de Montana. Financiado pelo Escritório de Pesquina Naval e pelo Departamento de Defesa, sob um contrato de aproximadamente US$ 600.000, parte dos US$ 2 milhões investidos ao longo de sete anos para que instituições estudassem aves.
Um robô, criado a partir dos beija-flores não carregaria armas, mas poderia ser usado na patrulha de territórios, espionagem de tropas ou enviado para procurar soldados feridos onde humanos não podem ir, como desabamentos ou túneis.
O metabolismo dos beija-flores também é extraordinário. Eles consomem grandes quantidades de néctar diariamente, complementando sua dieta com insetos para obter proteínas, energia necessária para voar. Seu coração pode bater até 1.200 vezes por minuto, e durante o repouso noturno, eles entram em um estado de torpor – uma espécie de “hibernação” temporária – para conservar energia.
Ao todo, existem 370 espécies de beija-flores no mundo, concentrados apenas na América do Norte e do Sul. historiadores contam que, ao chegar ao território, exploradores espanhóis ficaram fascinados com o brilho e a forma como esse animais pairavam no ar, apelidando-os de “joias voadoras”.
Por fim, um dos grandes obstáculos em replicar o voo de um beija-flor está na forma como o pássaro se adapta ao vento e outros eventos como rajadas e chuvas.
O representante da Texas A&M University, Moble Benedict ressalta que, diferentes das aves, os drones precisam de um certo cuidado e manuseio em situações como essa. “Gostamos de pilotar nossos drones em dias mais calmos porque eles não gostam de vento, diferente dos pássaros.”
Fonte: Um Só Planeta