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Bebês animais sofrem maus-tratos e são explorados por mini-fazendas

20 de novembro de 2015
4 min. de leitura
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Por Elis Tanajura/ Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Mini-fazenda. Foto: Happy Hooves.
Mini-fazenda. Foto: Happy Hooves.

Sem água, comida ou abrigo, coelhos, bezerros, pintinhos, porquinhos-da-índia e outros animais domesticados sofrem maus-tratos em mini-fazendas.

“A maioria das mini-fazendas exploram bebês animais que não estão acostumados com humanos. Muitas vezes, há pintinhos de um ou dois dias de idade, bezerros muitos jovens, cabritos, coelhos, porquinhos da índia e assim por diante”, explicou a inspetora Natalie Will ao Huffington Post.

“Eles são exibidos e, em seguida, deixados em uma situação intensa com até 30 crianças que podem não saber como ser gentil com os animais. Mini-fazendas têm geralmente apenas uma ou duas pessoas na equipe. Isso em si já é um problema”, conta Will.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

As mini-fazendas começaram a surgir como forma de entretenimento para crianças cerca de 15 anos atrás, especialmente na Europa, Estados Unidos e Austrália.

Em uma investigação da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA) na Austrália, foram encontrados animais mortos junto com os vivos, porquinhos-da-índia deformados e coelhos sem comida, água ou abrigo.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

O proprietário do petting zoo NSW, Julio Pintos-Hartwick, foi condenado por maus-tratos na corte de Burwood a 150 horas de serviço comunitário. A investigação revelou que muitos animais passavam sede e viviam em condições terríveis.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

Pintos-Hartwick enfrentou mais de 20 acusações. Sob sua tutela, muitos animais estavam doentes, paralisados, magros, cobertos de piolhos e vivendo na escuridão.

Ele também foi condenado a reembolsar os custos para o RSPCA (mais de $ 2.700 dólares australianos) e proibido de tutorar qualquer animal por cinco anos.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

“O pior problema é que os animais são explorados como uma mercadoria, então o que acontece é que muitas vezes não são fornecidos cuidados veterinários adequados e muitos morrem como resultado do estresse que estão submetidos. Além disso, quando esses animais ficam maiores, quando já não são mais tão bonitos, macios e fofinhos, eles são substituídos e não temos nenhum processo de rastreamento”, explicou Will.

“Eles são pequenos apenas por algumas semanas. Então, nós não temos nenhuma maneira de determinar o que acontece com eles depois”, afirma.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

A RSPCA pode fazer cumprir a legislação em determinados comércios de animais, mas as mini-fazendas são classificadas como “exposição de animais”’, então só é possível fazer denúncias no âmbito da “prevenção da crueldade contra animais”.

“Nós recebemos reclamações em relação ao bem-estar animal, independentemente de se os animais estão em zoológicos ou no quintal de uma pessoa comum. Nós processamos e investigamos todos os crimes de crueldade contra os animais”, disse Will.

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

Com a sentença, a RSPCA acredita que uma mensagem importante foi passada para essa indústria. “Considerando que o proprietário não tinha condenações anteriores, o tribunal levou o caso muito a sério. Nós estamos esperando que outros proprietários de petting zoos vejam este caso e comecem a tomar mais cuidado com os animais.”

Animais maltratados. Foto: RSPCA
Animais maltratados. Foto: RSPCA

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.

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