As imagens flagram o momento comovente em que um bebê elefante é visto tentando acordar sua mãe, que desmaiou e morreu depois de vagar por uma aldeia na Índia.
O filhote acariciou com sua tromba a cabeça de sua mãe enquanto ela se deitava imóvel no chão na aldeia de Hiran, no estado de Odisha (Índia).
A mãe doente, com o bebê ao seu lado, entrou na comunidade que fica perto da selva de Khalasuni, no distrito de Deogarh.
Inicialmente, os aldeões cuidaram do elefante e do filhote, fornecendo-lhes comida, água e aplicando ervas medicinais nas feridas de sua perna direita e da testa.
Eles informaram os guardas florestais sobre a presença da mãe e de seu filho em sua aldeia.
Segundo os aldeões, a elefanta aparentemente quebrou a perna direita, provavelmente por cair em um buraco. Ela também tinha uma ferida na testa.
Nos primeiros dias, a elefanta mesmo mancando era capaz de se movimentar por conta própria.
Mas quando a ferida piorou, ela desabou no chão e não conseguiu ficar em pé novamente.
Nas últimas seis semanas, o animal foi submetido a tratamento na aldeia por veterinários e especialistas designados por guardas florestais.
Mas, embora tenham tentado ao máximo curar o elefante, não conseguiram salvar a vida da mãe.
O bebê elefante, inconsciente do fato de sua mãe ter morrido, podia ser visto inocentemente tentando acordá-la em uma cena comovente e triste.
Ameaçados de extinção
Uma avaliação atualizada de um tratado administrado pela ONU Meio Ambiente confirmou que a caça continua ameaçando a sobrevivência de elefantes africanos, cuja população caiu de estimados 12 milhões há um século para 400 mil, de acordo com o Relatório sobre a Situação de Elefantes Africanos 2016.
Com base em dados da Proporção de Elefantes Mortos Ilegalmente (PIKE, na sigla em inglês), a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora (CITES) avaliou os níveis de mortes ilegais por meio do programa de monitoramento de elefantes mortos. O monitoramento calculou que a caça ilegal é a principal causa de mortes de elefantes.
De acordo com evidências, níveis da PIKE alcançaram um pico em 2011, quando alarmantes 10% dos elefantes africanos foram caçados, antes de caírem até 2017. O nível permaneceu relativamente sem mudanças ao longo de 2018.
Níveis altos da proporção são preocupantes porque até mesmo populações estabelecidas e protegidas de elefantes sofrem perdas anuais para caças ilegais e outra formas de mortalidade, que não são compensadas por taxas de natalidade.
Muitas populações de elefantes africanos são pequenas, fragmentadas e não são protegidas, o que as tornam mais vulneráveis à caça.
“Mortes ilegais de elefantes africanos por conta do marfim continuam uma ameaça significativa às populações de elefantes na maioria dos Estados”, disse a secretária-geral da Convenção, Ivonne Higuero. “Ao mesmo tempo, a população humana da África cresceu dez vezes, de 125 milhões para 1,225 bilhão, criando competição com elefantes por terra”.
Embora o comércio internacional de marfim de elefantes esteja banido pela Convenção desde 1990, opiniões são divergentes entre países sobre a continuação, ou não, da proibição.
O elefante africano e o debate sobre comércio de marfim será um item da agenda da próxima Conferência das Partes da CITES, realizada a cada três anos. A Conferência estava marcada originalmente para maio deste ano em Colombo, no Sri Lanka, mas será remarcada para uma data posterior.
“Precisamos continuar reduzindo caça e comércio ilegal de marfim e encontrar soluções para garantir a coexistência de elefantes com populações locais”, destacou Higuero. “A comunidade internacional deve expandir ainda mais seu trabalho com Estados africanos para encontrar soluções que funcionem tanto para os elefantes quanto para comunidades locais”.