Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Só não mate aqueles cães e gatos … isso é tudo o que estamos pedindo. Vamos levá-los e encontrar novos lares para eles. Não nos importamos se eles têm uma alergia, se são tímidos, não são treinados ou qualquer outra coisa, eles são bons para nós.
Esta é a essência da carta aberta enviada para todos os laboratórios e criadores que lhes fornecem animais nos Estados Unidos pela organização nacional de resgate e defesa de animais Beagle Freedom Project.
A cada ano, 65 mil cães (beagles são a raça mais escolhida devido à sua natureza dócil) e 20 mil gatos sofrem em laboratórios do país e apenas uma pequena porcentagem possui a chance de viver fora do laboratório e ser o companheiro de uma família amada.
Tragicamente, a maioria dos laboratórios mata esses animais, mesmo se o experimento não exigir isso e eles estiverem saudáveis.
Esta é uma indústria que se refere a estes animais como inventários e cães muito tímidos, que têm um defeito genético ou já foram muito torturados em experimentos são descartados como propriedades danificadas. Particularmente flagrante é a política de morte usada pelos centros de reprodução para qualquer cão que exibe uma qualidade indesejada.
Durante cinco anos, o Beagle Freedom Project tem liderado um esforço internacional para libertar animais de laboratórios e despertar a consciência pública sobre a sua situação, contando as histórias dos sobreviventes. Cerca de 600 animais, a maioria beagles, foi resgatada de instalações de pesquisa e realocada em 36 estados e sete países. Um deles foi Raymond.
Ele passou os primeiros três anos de sua vida em uma gaiola de aço inoxidável em um laboratório dentro de um porão. Seu mundo era formado pelos pisos de concreto, paredes de cimento, luzes fluorescentes, ecos de barulhos de metal e cães choramingando. Além disso, havia o cheiro esmagador de urina, amônia e medo.
O cão foi usado em vários testes de toxicologia, exposto a altas concentrações de certos ingredientes químicos, normalmente via gavagem oral (um tubo era empurrado em sua garganta e despejava a toxina em seu sistema).
O Beagle Freedom Project negociou a libertação de Raymond e nove outros beagles do laboratório. Durante o dia do resgate, todos os cães saíram das gaiolas para correr, cheirar, brincar e urinar, exceto Raymond. Sua psique frágil tinha sido submetida a muita violência e ele tremia quando percebia qualquer movimento humano ao seu redor. Durante as duas primeiras semanas de sua liberdade, Kevin Chase, membro do grupo, teve que mantê-lo em uma coleira em todos os momentos, mesmo em casa, pois era a única maneira de pegá-lo.
“Ver Raymond tentando enfrentar seu tormento interno causado pelo laboratório era doloroso. Ele queria afeto, diversão e boa comida, mas não conseguia confiar plenamente nas intenções da equipe. Quem poderia culpá-lo?”, questiona Chase, que foi inspirado pelo beagle a continuar seu trabalho de resgate de outros animais explorados em laboratórios.
Raymond precisou de várias semanas, paciência e carinho para perceber que agora estava seguro. Ajudando-o ao longo do caminho, estava outro beagle salvo de uma laboratório, Junior, que já estava livre há dois anos.
Junior mostrou a Raymond como ser um cão, que passear é divertido, o sofá é muito confortável e que pedir funciona com pessoas muito sensíveis.
A jornada de Raymond para a liberdade exemplifica a resistência desses animais especiais para perdoar e abraçar novas oportunidades na vida. Raymond é um sobrevivente e um dos poucos sortudos que obteve uma segunda chance.
A carta aberta enviada a cada laboratório e seus criadores nos EUA apenas pede mais chances para outros cães como Raymond. O Beagle Freedom Project envia esta carta todos os anos e geralmente só alguns laboratórios respondem afirmativamente.
Essa falta de participação voluntária ressalta o empenho da organização em aprovar a Lei de Liberdade dos Beagles, que exige que os laboratórios pelo menos contatem os grupos de resgate locais antes de matar os animais. A Califórnia, Nevada, Minnesota e Connecticut já transformaram isso em lei e a medida está pendente em Nova York e Illinois atualmente.
O documento é um esforço de boa fé por parte do Beagle Freedom Project em relação a uma indústria que é moralmente e cientificamente repreensível. Se a indústria optar por fazer o que é certo, a organização irá oferecer uma variedade de formas atraentes para o público participar da campanha para libertar mais animais e acabar com esses testes cruéis por meio de esforços de divulgação, lobby legislativo e o financiamento do futuro da medicina moderna, segundo o One Green Planet.