Visando proteger a flora e a fauna nativa, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) publicou ontem no Diário Oficial a lista atualizada de espécies animais e vegetais exóticas invasoras no município de Bauru ou com potencial de invasão, que devem ser evitadas por colocar em risco as espécies nativas. Provavelmente muitos vão se surpreender ao encontrar goiabeira, mangueira, javali e tilápia na lista.
São consideradas exóticas invasoras as espécies que foram introduzidas na fauna e flora local e ameaçam o ecossistema, habitats ou espécies. Elas representam a segunda maior causa de extinção de espécies nativas, perdendo apenas para a destruição de habitat. A partir da publicação do decreto o município deverá realizar esforços de forma a garantir e implementar ações de prevenção e controle para as espécies exóticas invasoras, através de planos de manejos específicos.
O titular da Semma, Valcirlei Gonçalves, explica que a publicação da lista não é uma determinação para eliminar as espécies exóticas invasoras. “É preciso ter bom senso. Plantar uma mangueira no quintal ou outra espécie frutífera no quintal, por exemplo, não tem problema algum. Mas quem tem um sítio ou chácara, por exemplo, deve evitar espécies invasoras como a leucena, que cresce rápido, ou jambolão, que costuma ser bastante usado como cerca-viva”, recomenda. “Essas espécies acabam tomando o lugar de outras nativas e prejudicam a fauna à medida que um pássaro ou outro animal perde seu habitat”, ressalta.
Para evitar dano ao meio ambiente, a dica é procurar a Semma antes de plantar espécies vegetais em larga escala visando a arborização. Valcirlei conta que no Jardim Botânico, por ser uma área de preservação da flora e fauna nativa, espécies exóticas invasoras, como a goiabeira, já estão sendo retiradas. “Mas isso porque está dentro de um contexto de preservação de mata nativa”, frisa. A ação mais ousada na supressão de espécies exóticas invasoras no município foi realizada no ano passado, nas imediações do Residencial Samambaia.
Numa parceria com a associação de moradores do condomínio, a Semma cortou uma grande quantidade de leucena e lírio-do-brejo da área. Em contrapartida, foram plantadas entre 4 e 5 mil espécies vegetais nativas da região de Bauru no espaço. “Agora estamos esperando para ver como será a regeneração da mata nativa. A princípio, está indo bem. Dependendo do resultado, podemos fazer o mesmo em outras regiões”, adianta.
Por outro lado, a Semma também publicou a lista de espécies da fauna e flora bauruense ameaçadas de extinção. A queixada, o lobo-guará, a onça-parda, a jararaca, o urubu-rei, cabreúva e algodoeiro são alguns exemplos em extinção. Essas espécies merecem cuidados especiais. O titular da Semma tranqüiliza afirmando que não houve aumento da lista dos ameaçados de extinção.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru