Monitorar as águas da Baía de Guanabara que banham Niterói 24 horas por dia, sete dias por semana, sem gerar poluição. É o que promete fazer o barco F-Boat, criado pelo Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA), parceria entre a prefeitura, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação Euclides da Cunha (FEC).
A embarcação, que está em fase de testes, é movida a vela e energia solar. Ela também é autônoma, o que significa que navega sozinha, sem timoneiro. Para velejar com total independência, o F-Boat usa sensores, como anemômetro e biruta, que indicam a velocidade e a direção do vento. As informações são levadas para o computador instalado no veleiro, que então posiciona leme e vela na direção indicada pelos equipamentos.
Quando o vento não pode mover a embarcação ou para realizar manobras mais precisas, entra em ação o motor a energia solar, alimentado por placas fotovoltaicas instaladas no convés.
Um sistema de coleta da água para monitoramento ambiental também está sendo incorporado no barco. Quando estiver em operação, uma sonda medidora indicará a qualidade da água, o pH, a oxigenação e outras informações, que serão enviadas em tempo real para o operador em terra.
De acordo com o engenheiro mecânico e mestrando em Engenharia Elétrica pela UFF Wanderson da Silva Corrêa, o objetivo do projeto é melhorar a qualidade da água das praias e lagoas de Niterói e, se possível, do estado do Rio e do país.
—Implementaremos na embarcação um equipamento chamado sonda paramétrica, escolhido por causa de pesquisas feitas com órgãos públicos do Rio e de fora do estado e com a Cedae. Descobrimos que a maior parte deles usa essa sonda para coletar dados da água — explica.
O teste com sonda paramétrica está previsto para ocorrer até o final do ano. Ao longo dos próximos meses, o F-boat também deve receber sensores para detecção de micro plásticos.
Fonte: O Globo